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Safra de grãos no RS deve atingir 33,5 milhões de toneladas, aponta Conab

  • Foto do escritor: Andrei Nardi
    Andrei Nardi
  • há 1 hora
  • 4 min de leitura

Produção gaúcha registra retração de 8,9% na comparação com a safra anterior, influenciada principalmente pela quebra na colheita da soja

A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta quinta-feira (15/05), aponta que o Rio Grande do Sul deverá colher 33,5 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25. O volume representa uma redução de 8,9% em relação ao ciclo anterior. Apesar da queda na produção, a área cultivada no estado teve leve alta, alcançando 10,4 milhões de hectares. O Rio Grande do Sul permanece na quarta colocação entre os maiores produtores nacionais, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás.

Soja tem retração de 27,3% na produção

Principal cultura agrícola do estado, a soja sofreu perdas expressivas nesta temporada. Mesmo com o aumento de 1,3% na área plantada — que chegou a 6,8 milhões de hectares —, a produção total da oleaginosa foi estimada em 14,3 milhões de toneladas, uma queda de 27,3% na comparação com a safra anterior. A produtividade média esperada é de 2.084 kg/ha, consideravelmente abaixo do desempenho histórico da cultura em condições normais.

“Registramos uma queda de 2% em relação ao mês anterior, com uma produção estimada 30% abaixo do que foi projetado no início da safra e aproximadamente 45% inferior ao potencial médio da cultura em condições ideais”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

As lavouras semeadas tardiamente chegaram a apresentar expectativa de recuperação, mas a ausência de chuvas regulares comprometeu esse cenário. As perdas foram agravadas por ondas de calor durante o enchimento de grãos, fase crucial para a definição da produtividade. Mesmo assim, o estado mantém sua posição como quarto maior produtor de soja do país, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás.

Arroz cresce 15,9% e chega a 8,3 milhões de toneladas

Diferentemente da soja, a produção de arroz no Rio Grande do Sul teve crescimento significativo. A estimativa é de 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em relação ao ciclo anterior. A área cultivada com o grão também aumentou, passando para 951,9 mil hectares, o que representa alta de 5,7%.

O clima seco favoreceu o avanço da colheita, que já atingiu 97% da área plantada. Segundo a Conab, a produtividade observada até o momento é considerada muito boa. O bom desempenho é atribuído ao plantio realizado dentro da janela ideal e a fatores como alta radiação solar e baixa umidade relativa do ar. Em algumas regiões, no entanto, a limitação de recursos hídricos exigiu o uso de sistemas de irrigação intermitente, medida adotada para manter o desenvolvimento das plantas sem comprometer a produção final.

Milho da primeira safra cresce 13,5% mesmo com menos área

A produção de milho da primeira safra no estado deve chegar a 5,5 milhões de toneladas, crescimento de 13,5% em comparação ao ciclo anterior. Esse avanço ocorreu mesmo diante da redução de 11,8% na área cultivada, que totalizou 718,7 mil hectares. O Rio Grande do Sul segue liderando a produção nacional de milho na primeira safra.

A semeadura foi finalizada no fim de fevereiro, e até o momento mais de 93% das lavouras já foram colhidas. O Planalto Superior concentra as áreas mais tardias e parte das lavouras da safrinha. Nessas regiões, as lavouras ainda em campo apresentam potencial produtivo inferior devido à estiagem e às altas temperaturas registradas em momentos-chave do ciclo. As chuvas de abril ajudaram a amenizar os efeitos da seca, mas não foram suficientes para reverter completamente os prejuízos. Ainda assim, a produtividade média subiu 28,7% em relação ao ciclo anterior, atingindo 7.660 kg/ha.

Trigo deve alcançar 4,1 milhões de toneladas

Para a safra de inverno, a estimativa da Conab é de que o Rio Grande do Sul colha 4,1 milhões de toneladas de trigo. O volume representa crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior e reflete a expectativa de produtividade média de 3.172 kg/ha. Os dados se baseiam em projeções estatísticas e nas condições atuais de solo e clima.

A área plantada, por outro lado, deve apresentar queda de 3,8%, totalizando aproximadamente 1,3 milhão de hectares. A redução é atribuída à menor rentabilidade da cultura neste momento, ainda que o trigo desempenhe papel estratégico na rotação de culturas, especialmente com a soja, por contribuir com cobertura de solo, diluição de custos e aproveitamento de insumos não absorvidos durante a safra de verão.

Produção de feijão recua 5,7% e fecha em 67,6 mil toneladas

A produção total de feijão (preto e de cores) no estado foi estimada em 67,6 mil toneladas, uma queda de 5,7% em comparação ao ciclo anterior. A área plantada recuou 17,3%, atingindo 40,1 mil hectares.

Durante o primeiro ciclo, a produção manteve-se dentro de patamares aceitáveis, apesar da leve redução na área plantada. No entanto, a partir do segundo ciclo, houve maior retração na atratividade da cultura. O feijão perdeu competitividade frente a outras culturas de segunda safra, como o milho, que apresentaram melhor rentabilidade. Além disso, a irregularidade das chuvas em março e abril afetou diretamente o rendimento esperado das lavouras, limitando a produtividade final.

Brasil deve colher 332,9 milhões de toneladas

No cenário nacional, a produção de grãos para a safra 2024/25 está projetada em 332,9 milhões de toneladas, crescimento de 11,9% em relação ao ciclo anterior. O avanço corresponde a um acréscimo de 35,42 milhões de toneladas. Além do aumento de 2,2% na área plantada, os ganhos de produtividade observados em culturas como soja, milho e arroz contribuem para esse resultado.

De acordo com a Conab, a recuperação das produtividades médias, combinada com uma conjuntura de mercado mais favorável e condições climáticas adequadas em boa parte do país, sustentam as projeções otimistas para a atual temporada agrícola.

Foto: Roberto Kazuhiko Zito/Embrapa
Foto: Roberto Kazuhiko Zito/Embrapa

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