Copom eleva a Selic para 14,75% ao ano, maior patamar desde 2006
- Andrei Nardi
- há 7 dias
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Decisão unânime reflete cautela do Banco Central diante de incertezas externas, inflação resistente e pressão fiscal; nova alta marca sexto ajuste consecutivo da taxa básica
A taxa Selic, que serve de referência para os juros no país, foi elevada para 14,75% ao ano após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (07/05). O aumento de 0,5 ponto percentual foi aprovado por unanimidade entre os membros do comitê, incluindo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Essa é a maior taxa desde julho de 2006, quando os juros chegaram a 15,25% ao ano, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão era esperada pelo mercado e foi justificada pelo cenário de incerteza econômica global, especialmente com relação à política comercial dos Estados Unidos, além da pressão fiscal interna.
“O ambiente externo mostra-se adverso”, diz Copom
Na ata da reunião, o Copom destacou que o cenário internacional contribuiu significativamente para a decisão de elevar os juros.
“O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, diz o documento.
Também foi citada a necessidade de vigilância adicional diante da inflação resistente no país e dos efeitos acumulados de elevações anteriores.
“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.”
Meta pode ser novamente descumprida em junho
Desde o início de 2025, o regime de metas de inflação passou a adotar o sistema de meta contínua, com centro em 3% e faixa de tolerância entre 1,5% e 4,5%. O Banco Central já admitiu que a meta pode ser descumprida em junho, ao completar seis meses consecutivos acima do teto de 4,5%.
As projeções do mercado indicam:
2025: 5,53% (acima da meta)
2026: 4,51%
2027: 4%
2028: 3,80%
Ou seja, todas as estimativas seguem acima do centro da meta, mesmo a longo prazo. O BC, portanto, já mira os efeitos sobre o segundo semestre de 2026 e o início de 2027, dado o atraso natural do efeito da taxa Selic sobre a economia real, que pode levar de 6 a 18 meses para se manifestar plenamente.
Juros altos para frear a atividade e controlar os preços
O Banco Central reforçou que o objetivo central é promover uma desaceleração da economia, considerada atualmente acima do seu potencial de crescimento. Isso ajudaria a conter as pressões inflacionárias originadas por fatores como:
Mercado de trabalho aquecido
Nível elevado de atividade
Gastos públicos em alta
Segundo o presidente do BC, Gabriel Galípolo, os sinais de desaceleração ainda são “muito iniciais”, o que justifica a manutenção de uma postura vigilante e restritiva.
Efeitos da Selic mais alta na economia
Especialistas apontam uma série de impactos diretos e indiretos provocados pela elevação dos juros básicos:
▶️ Crédito e consumo
Juros bancários tendem a subir, afetando principalmente o crédito ao consumidor e o financiamento de empresas. Em março, a taxa média de juros cobrada pelos bancos foi de 44% ao ano, o maior nível em quase dois anos.
▶️ Atividade econômica
O custo do crédito mais alto tende a reduzir o ritmo de consumo e investimento, impactando negativamente o Produto Interno Bruto (PIB). Os dados do último trimestre de 2024 já apontam sinais de desaceleração econômica.
▶️ Contas públicas
Juros mais elevados pressionam os gastos com o pagamento de dívidas. Em 12 meses até março, as despesas com juros somaram R$ 948 bilhões, o equivalente a 7,9% do PIB, elevando o endividamento do setor público.
▶️ Investimentos financeiros
Por outro lado, aplicações em renda fixa, como Tesouro Direto, debêntures e CDBs, se tornam mais atrativas com a Selic elevada. Isso pode reduzir o interesse por ativos de maior risco, como ações.
Próximos passos
A elevação desta quarta-feira foi a sexta alta consecutiva da Selic. O Banco Central já havia sinalizado, em documentos anteriores, que pretendia subir a taxa novamente em maio — com menor intensidade, o que se confirmou.
Agora, o Copom indicou que adotará postura de “cautela adicional”, acompanhando os desdobramentos externos e os dados de inflação interna antes de definir o rumo dos próximos ajustes.

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