Pressão sobre Dorival Júnior aumenta após goleada para a Argentina e reabre debate sobre troca de técnico
- Andrei Nardi
- 26 de mar.
- 2 min de leitura
Presidente da CBF evita confirmar permanência e volta a avaliar alternativas como Carlo Ancelotti e Filipe Luís
A derrota da Seleção Brasileira por 4 a 1 para a Argentina, na terça-feira (25/03), no Monumental de Núñez, elevou o nível de pressão sobre o técnico Dorival Júnior. O desempenho da equipe durante a Data Fifa reacendeu o debate interno na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre uma possível troca de comando.
CBF evita respaldo definitivo
Após a goleada, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi questionado sobre o futuro de Dorival, mas preferiu não dar garantias. Em declaração à imprensa, afirmou:
“Eu não tenho controle do resultado em campo. Tudo o que é solicitado pela comissão técnica é disponibilizado. O que for das melhores condições para atletas e equipe, a CBF fornece.”
Ednaldo, que esteve presencialmente em Brasília na partida contra a Colômbia e em Buenos Aires na véspera do jogo contra a Argentina, evitou entrevistas após a partida:
“Amanhã eu falo.”
Substituições são discutidas, mas decisões podem ser adiadas
A possibilidade de mudança no comando técnico já vinha sendo discutida nos bastidores da CBF, especialmente após os empates contra Venezuela e Uruguai, em novembro. A vitória nas eleições da entidade, confirmando Ednaldo no cargo até 2030, deu ao presidente segurança política para reavaliar o organograma do departamento de futebol.
Entre os nomes avaliados, Carlo Ancelotti voltou à pauta. O treinador italiano, atual técnico do Real Madrid, tem contrato até 2026, mas sua permanência após o Mundial de Clubes, que ocorrerá entre junho e julho, é considerada improvável. Filipe Luís, do Flamengo, também surge como opção, além de nomes como Jorge Jesus (Al-Hilal) e Abel Ferreira (Palmeiras).
Por conta do calendário do Mundial, qualquer decisão sobre uma eventual substituição pode ser adiada até a Data Fifa de junho, quando o Brasil enfrenta o Equador e o Paraguai pelas Eliminatórias.
Clima de insegurança atinge elenco e comissão
Nos bastidores da Seleção, o ambiente após a derrota foi de abatimento. A pressão da cúpula da CBF já era conhecida por atletas e comissão técnica antes mesmo da partida.
Em entrevista coletiva, Dorival Júnior admitiu o momento:
“É uma situação que foge ao meu comando.”
“Pressão é sempre grande, eu tenho consciência de tudo o que representa, de tudo o que vinha sendo desenvolvido.”
Desempenho e calendário
Desde que assumiu o comando da Seleção, em janeiro de 2024, Dorival Júnior acumulou sete vitórias, sete empates e duas derrotas em 16 partidas. Na Copa América do ano passado, o Brasil foi eliminado pelo Uruguai nas quartas de final.
Com o encerramento da Data Fifa, a Seleção ocupa a quarta colocação nas Eliminatórias, com 21 pontos — mesma pontuação de Uruguai (terceiro) e Paraguai (quinto). O próximo compromisso da equipe será em junho.

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