Medida visa evitar desabastecimento e controle de preços após enchentes históricas no estado
O Governo Federal liberou a compra de 1 milhão de toneladas de arroz após produtores do Rio Grande do Sul sofrerem perdas significativas em sua produção devido à inundação histórica que assola o estado. A informação foi divulgada por Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária.
A medida provisória que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), uma empresa pública brasileira, a realizar a compra deve ser publicada ainda nesta quarta-feira. Na terça-feira, Fávaro afirmou que o arroz deve ser comprado de produtores do Mercosul. “É arroz pronto para consumo, já descascado, para não afetar a relação de produtores, cerealistas e atacadistas”, disse.
A Conab, que tem como função auxiliar o governo federal na tomada de decisões sobre políticas agrícolas, atua na regulação do abastecimento interno por meio do estoque de produtos, como o arroz, evitando a oscilação dos preços.
“[A liberação] não significa que se vai comprar 1 milhão de toneladas, porque como eu disse, o Brasil é praticamente autossuficiente. Não queremos concorrer, abaixar o preço dos produtores, mas não podemos deixar também haver desabastecimento e subirem os preços nas gôndolas dos supermercados”, explicou Fávaro.
O ministro também destacou que as consequências da calamidade no Rio Grande do Sul podem afetar o resto do Brasil “pela quantidade produzida pelo RS de 70% da demanda brasileira”.
Segundo uma reportagem do g1, a preocupação com a oferta do cereal existe por causa de seis fatores:
O Brasil consome internamente quase todo arroz que produz e 70% dele vem do RS.
A estimativa era de que, na safra atual, o país somasse 10,6 milhões de toneladas do cereal; com as enchentes no Sul, o montante pode cair para menos de 10 milhões.
Antes da chuva histórica, o mercado já previa problemas na oferta de arroz neste ano porque a temporada começou com os menores estoques do grão em quase duas décadas e o plantio no RS atrasou por causa das enchentes de 2023.
A expectativa era de que o RS contribuísse com 7,5 milhões de toneladas nesta safra, mas 800 mil toneladas podem estar agora debaixo d’água.
Antes da tragédia, 80% do arroz do estado já tinha sido colhido. Mas alguns silos onde a produção está armazenada também foram atingidos pelas enchentes.
Além disso, o estado está com problemas para transportar o arroz que já foi colhido após a destruição de estradas.
Apesar dos desafios, o ministro Fávaro acredita que a situação será controlada e que a medida provisória ajudará a evitar um desabastecimento e a manter os preços estáveis nas gôndolas dos supermercados.
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