Nesta terça-feira (30), a Anvisa informou que análises preliminares apontam que o Brasil tem duas pessoas infectadas pela variante Ômicron, da Covid-19. De acordo com a agência, esses resultados ainda vão passar por novos testes para confirmar se realmente são pessoas contaminadas pela mutação do vírus Sars-CoV-2.
Os testes são de um passageiro vindo da África do Sul e que desembarcou em Guarulhos no dia 23 de novembro com um resultado de RT-PCR negativo. Mas esse passageiro iria voltar para a África do Sul e, por isso, no dia 25 de novembro realizou um novo teste no laboratório do Aeroporto de Guarulhos, em companhia da esposa. Os dois testes constaram como positivo para a Covid-19 e o fato foi comunicado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de São Paulo.
A Anvisa destaca que a entrada do passageiro no Brasil ocorreu no dia 23 de novembro, o que significa que foi antes da notificação mundial sobre a identificação da nova variante - relatada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS) pela África do Sul no dia 24 de novembro.
De acordo com a médica infectologista Ana Helena Germoglio, a parte do vírus que sofreu mutação é a chamada “proteína spike”, que é justamente o pedaço do vírus que a maior parte dos laboratórios utilizam para produzir as vacinas. Apesar disso, a médica acredita que a vacinação continua eficiente e importante para evitar mais pessoas doentes e mortes.
“O que aparenta é que as vacinas continuam sendo eficazes, mas mesmo que haja qualquer redução de eficácia por parte de qualquer uma das vacinas, qualquer eficácia é melhor do que ficar sem vacina. Então, a recomendação continua sendo a mesma de vacinar”, explicou Ana Germoglio.
A entrada desse passageiro no Brasil foi antes da Portaria Interministerial que proibiu, em caráter temporário, voos com destino ao Brasil que tenham origem ou passagem pela República da África do Sul e que também suspendeu, em caráter temporário, a autorização de embarque para o Brasil de viajantes estrangeiros, procedentes ou com passagem, nos últimos 14 dias antes do embarque, por esse país.
Para o médico infectologista Hemerson Luz, um ponto importante a se considerar sobre essa variante é que ela aparenta ter um poder de transmissão maior, o que pode fazer com que as unidades de saúde voltem a ficar cheias de pessoas doentes.
“Não há relatos de óbitos relacionados a essa variante, o quadro clínico geralmente é mais brando. Mas o maior risco de uma variante com maior transmissibilidade é ter um grande número de pessoas acometidas que vão procurar atendimento médico, podendo levar o sistema de saúde ao colapso”, avaliou Hemerson Luz.
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