Ações da Polícia Civil frustram golpes do bilhete premiado e evitam prejuízo de R$ 160 mil no RS
- Andrei Nardi
- 19 de ago.
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Polícia de Ibirubá prendeu golpista em flagrante e impediu duas ações contra idosos; autoridades alertam para táticas dos criminosos e orientam sobre prevenção
Ações recentes da Polícia Civil no Rio Grande do Sul impediram que duas vítimas perdessem um total de R$ 160 mil no golpe do bilhete premiado, um crime antigo que continua a lesar cidadãos, especialmente idosos. Em uma das operações, a Delegacia de Polícia (DP) de Ibirubá prendeu um homem em flagrante enquanto ele aguardava uma idosa realizar uma transferência bancária de R$ 60 mil. Dias antes, a mesma delegacia já havia evitado que outra vítima perdesse R$ 100 mil.
Conforme o titular da DP de Ibirubá, o delegado Marcio Marodin, “o trabalho policial tem focado na identificação e na prisão dos autores destes golpes e também na descapitalização destes grupos por meio de investigações acerca da lavagem de dinheiro”. Embora a incidência do estelionato tenha reduzido devido à conscientização, o golpe ainda demanda atenção.
A abordagem criminosa
A tática utilizada pelos golpistas permanece consistente ao longo dos anos. Segundo o delegado Venicios Ildo Demartini, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, a abordagem geralmente começa com uma pessoa de aparência humilde que se aproxima da vítima pedindo uma informação.
“No curso da conversa fala-se sobre o suposto bilhete premiado. Em seguida, chega outro criminoso, com boa aparência, que se insere na conversa e diz que vai ajudar. Nisso, este segundo indivíduo, supostamente, liga para a Caixa e confirma que o bilhete está premiado”, detalha o delegado. A pessoa com o bilhete então promete uma recompensa pela ajuda, mas pede um valor como "garantia". A vítima entrega o dinheiro que possui ou é levada pelos criminosos até um banco para sacar a quantia. Após receberem o valor, os estelionatários desaparecem.
O berço dos “bilheteiros”
O delegado Demartini aponta que o golpe do bilhete premiado tem como berço a cidade de Passo Fundo, onde a prática criminosa foi difundida entre gerações de algumas famílias. “Muitos estelionatários fizeram escola, difundindo o crime dentro de suas famílias, sendo que há mais de uma geração que somente atuam com o golpe do bilhete premiado”, cita.
Essa realidade levou a Draco e a 2ª Delegacia de Polícia de Passo Fundo a se especializarem na investigação do golpe, orientando outras delegacias pelo país. “Ao longo dos anos, os autores do conto do bilhete premiado têm mudado as cidades de atuação. No RS, o crime é conhecido e amplamente combatido pela Polícia Civil, por isso, houve a migração para outras unidades da federação”, explica Demartini.
Prevenção e dicas para evitar o golpe
As autoridades policiais reforçam que a prevenção é a principal ferramenta contra o estelionato. A orientação central é desconfiar de promessas de dinheiro fácil e, em caso de dúvida, contatar familiares ou a polícia antes de tomar qualquer atitude.
“O registro de boletim de ocorrência com a maior brevidade possível é importante. Se possível, também acionar a Brigada Militar e repassar as características dos autores, carros usados, para eventual abordagem”, orienta o delegado Demartini. Caso uma transferência bancária seja efetuada, a vítima deve tentar reverter a operação junto à gerência do banco. Funcionários de agências bancárias têm sido orientados a alertar clientes sobre a possibilidade de golpes, mas os criminosos instruem as vítimas a mentir sobre o destino do dinheiro, dificultando a ajuda.
Denúncias podem ser feitas na Delegacia Online.
