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Asfaltamento da BR-153 entre Erechim e Passo Fundo avança em Brasília e depende de emenda da bancada gaúcha

  • Foto do escritor: Andrei Nardi
    Andrei Nardi
  • 25 de set.
  • 3 min de leitura

Após 70 anos de espera, projeto e licenças ambientais para o trecho de 70 km são aprovados; lideranças regionais buscam agora recursos para iniciar licitação em 2026

Após uma audiência no Ministério dos Transportes, em Brasília, uma comitiva de lideranças do Alto Uruguai e da região de Passo Fundo obteve a confirmação de que o projeto de asfaltamento do trecho de aproximadamente 70 quilômetros da BR-153, entre Erechim e Passo Fundo, está com o projeto executivo e as licenças ambientais aprovados. A notícia, recebida do ministro Renan Filho, representa o maior avanço em 70 anos de reivindicação e coloca a obra, considerada estratégica para o Mercosul, apta a ser licitada.

A comitiva regional foi formada pelo vice-prefeito de Erechim, Flávio Tirello; o prefeito de Erebango, Valmor Tomelero; o ex-prefeito de Ipiranga do Sul, Mário Ceron; o vereador de Erechim, Anacleto Zanella; e a vereadora de Aratiba, Márcia Balen Matté. O próximo passo para que a pavimentação saia do papel depende, agora, da articulação política da bancada gaúcha no Congresso Nacional para destinar uma emenda que garanta o início do processo licitatório em 2026. A informação foi detalhada pelo coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (FETRAF) na região, Rui Valença, e pelo deputado federal Dionísio Marcon (PT-RS), em entrevista à Rádio Sideral nesta quinta-feira, 25 de setembro.

"Pela primeira vez na história existe então projeto aprovado e as licenças ambientais estão todas ok. Nesse momento, a obra está apta, dá para iniciar o edital. O Denit e o Ministério dos Transportes estão em condições de fazer isso", comemorou Valença, diretamente de Brasília.

A importância estratégica da rodovia

O trecho em questão é o único da BR-153, conhecida como Transbrasiliana, que ainda não possui asfalto em toda a sua extensão, que liga o Pará ao Rio Grande do Sul. A pavimentação é vista como fundamental para o escoamento da produção agrícola e industrial da região, beneficiando diretamente os municípios de Erechim, Passo Fundo, Coxilha, Sertão, Ipiranga do Sul e Estação.

"Ela é uma obra de desenvolvimento mais do que regional, é uma das principais rodovias do Mercosul. Os caminhões que saem de São Paulo usam esse caminho, que é mais curto para ir para o Uruguai, Argentina e Chile", explicou Rui Valença, lembrando os transtornos enfrentados por caminhoneiros e agricultores, que sofrem com atoleiros em dias de chuva.

O caminho para o recurso

O deputado Dionísio Marcon detalhou o mecanismo para garantir o recurso necessário para a obra. Segundo ele, a bancada gaúcha, composta por 32 deputados e três senadores, dispõe de um orçamento de R$ 528 milhões em emendas. "Dentro desse dinheiro pode ser designado pelo mínimo 7% ou 8% desse recurso para a obra, para que o Ministério do Transporte possa licitar. Eu acho que tem grandes condições de no ano que vem ter aberta a licitação dessa obra, que faz 70 anos que a região e o estado do Rio Grande do Sul estão esperando", afirmou o deputado.

A mobilização agora se concentra em unificar as comissões pró-asfalto de Erechim e Passo Fundo e em conversar individualmente com cada parlamentar gaúcho para assegurar que a emenda seja incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Tensão agrária na região

Aproveitando a agenda em Brasília, as lideranças também trataram de outra pauta sensível para a região: a demarcação de terras indígenas e os recentes conflitos agrários. Rui Valença, representando o Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (SUTRAF), defendeu uma solução pacífica e baseada no diálogo. "A gente conclama que não é o caminho da violência, não é o caminho da guerra que vai resolver. Nós temos que encontrar alternativas", afirmou.

Valença contextualizou a situação histórica dos agricultores da região, que, segundo ele, foram incentivados pelo Estado a ocupar as terras no passado. "Não é possível consertar uma injustiça fazendo outra injustiça com os agricultores de hoje", ponderou, acrescentando que não há conhecimento de estudos da Funai para ampliação da reserva indígena de Erebango. "É uma questão tensa de mais de 30 anos que retoma esse problema na nossa região, e a gente está acompanhando, tentando contribuir da melhor forma, mas sempre com essa preocupação de que precisamos ter muita responsabilidade para que isso não desande para uma questão de violência, de mortes, que é o pior cenário que pode existir", concluiu.

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