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Abandono de animais aumenta no final de ano no RS


O período de fim de ano pode ser desolador para muitos animais. Nessa época, muitos são abandonados pelos donos, que viajam no período de férias e acabam por soltá-los nas ruas. Um levantamento divulgado pelo Observatório Estadual de Segurança Pública mostrou resultados que expressam crueldade contra bichos, entre elas o abandono, no Rio Grande do Sul.


Conforme o estudo, 2.412 animais foram vítimas de alguma forma de violência em 2019, realidade que aumentou para 3.476 em 2020 e será superada por 2021, que ainda não terminou e já contabilizou 4.199 ocorrências de janeiro a novembro. Esses números começam a subir no último trimestre, a partir de setembro. Para ter uma ideia, só na Capital, os números chegam a 212, 335 e 878 em 2019, 2020 e 2021 (janeiro a novembro).


A presidente da Associação Rio-Grandense de Proteção aos Animais (Arpa), Eliane Tavares, ressaltou que em dezembro a prática do abandono aumenta expressivamente.

“Sobe em média 70% em relação aos demais meses do ano”, comparou. O período de férias é um dos motivos que incentiva esse crime previsto na lei federal 9.605/1998, com pena de reclusão (regime fechado) de dois a cinco anos, no que tange à crueldade cometida contra cães e gatos, sendo que a apuração do crime será realizada por meio de inquérito policial. “As pessoas vão para a casa de parentes ou para hotéis e alegam que não têm onde deixar, muitas vezes recorrendo aos abrigos para entregar o animal que um dia serviu de companhia”, enfatizou.

Eliane destacou que gatos e cachorros são abandonados na mesma proporção, ressaltando que essa prática pode parecer menor nos felinos pelas características da espécie. “Ao abandonar um cachorro na rodovia, ele corre atrás do carro por um tempo e depois fica ali pelo local. Já o gato se esconde, o que acaba dando uma invisibilidade no abandono dos felinos”, explicou. Na Capital, a dirigente afirmou que a região onde costumam deixar os animais com mais frequência é na zona Sul. “Em especial, nas regiões mais desabitadas”, esclareceu.


Aumento de denúncias


A titular da 4ª Delegacia de Polícia de Canoas - cartório de proteção aos animais mais antigo do Estado, funcionando desde 2012 -, delegada Tatiana Barreiras Bastos, reitera que nos últimos 15 dias houve um aumento em torno de 15% de denúncias em relação aos outros meses do ano. “A forma de maus-tratos mais comum neste momento é o abandono”, afirmou. A delegada disse que a maioria das denúncias é de abandono de animais em residências. “Eles ficam sozinhos sem acesso à água e à comida, muitas vezes acorrentados, sem cuidados”, relatou. Os cachorros figuram como as principais vítimas.


Tatiana destacou que essa deve ser uma tendência em outros municípios e que percebeu que a situação é reincidente. “Em 2020, neste mesmo período, houve essa alta de abandono em dezembro, que ficou equilibrado com o que está acontecendo neste ano”, comentou. Nesse período de férias de verão, historicamente, há registros de localização de animais com características de abandono nas rodovias, especialmente, na Freeway. De acordo com a CCR ViaSul, ao verificar animais próximos à rodovia, as equipes de tráfego fazem a captura, de forma a evitar acidentes e direcionam a instituições parceiras com competência técnica para tratamento.


Neste verão, ainda não foram registrados casos dessa natureza, o que se atribui às campanhas educativas veiculadas nos painéis de mensagem variável da concessionária ao longo do ano, bem como ao fato de já termos o sistema de câmeras de monitoramento em operação, o que acaba por inibir esse ato.


A concessionária ressaltou que o abandono de animais é crime e que o artigo 936 do Código Civil prevê que “o dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por este causado se não provar culpa da vítima ou força maior”. A CCR ViaSul também incentiva os usuários a informar imediatamente sobre a presença de animais próximos às faixas de rolamento da rodovia pelo Disque CCR ViaSul pelo telefone 0800000 0290.


Fonte: Correio do Povo

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