Tradição da cuca artesanal é reconhecida como patrimônio imaterial no Rio Grande do Sul
- Andrei Nardi
- 9 de abr.
- 2 min de leitura
Rolante foi o município responsável pelo pedido de registro, que valoriza o saber de cuqueiras e cuqueiros
A prática do preparo artesanal da cuca passou a integrar oficialmente a lista de bens do Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul. O reconhecimento, solicitado pelo município de Rolante, representa o fortalecimento de uma tradição transmitida por gerações e mantida viva por cuqueiras e cuqueiros da região.
Iniciativa local e valorização cultural
O pedido de registro teve início em 1997, com a mobilização da Associação dos Amigos do Museu Histórico de Rolante, do Departamento de Cultura da Prefeitura e da Associação de Cuqueiros e Cuqueiras de Rolante (Ascur), em parceria com a Emater/RS-Ascar. A proposta surgiu a partir de um diagnóstico cultural voltado à criação de identidade local, com foco no potencial turístico e gastronômico do município.
A cuca artesanal, originária da culinária alemã, foi escolhida como símbolo dessa identidade, sendo destaque em eventos como a Kuchenfest. Ao longo dos anos, o modo de preparo foi adaptado com ingredientes locais, mantendo-se como referência cultural da região.
Reconhecimento e preservação
A extensionista rural social da Emater/RS-Ascar, Janelise Wastowski, destacou a relevância do reconhecimento:
“Estamos muito orgulhosos, pois preservar a identidade cultural é de suma importância. As cuqueiras são as detentoras do saber, e ter esse modo de fazer das cucas reconhecido é manter viva a nossa tradição.”
O processo de patrimonialização envolveu inventariação, registro e análise técnica até o reconhecimento final como bem cultural imaterial. De acordo com o inventário, a receita da cuca chegou ao estado com os imigrantes alemães no século XIX e, desde então, vem sendo preservada por famílias que compartilham suas receitas de geração em geração, fortalecendo os laços com a memória e a cultura local.

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