Servidores estaduais se mobilizam por reajuste salarial com ato marcado para 13 de junho em Passo Fundo
- Andrei Nardi
- 6 de jun.
- 2 min de leitura
Reivindicação é por reposição de 12,14% nos vencimentos; protesto integra calendário de mobilizações que passará por outras três cidades gaúchas
Servidores públicos estaduais do Rio Grande do Sul intensificam a mobilização por reajuste salarial e condições de diálogo com o governo estadual. A campanha, que reúne cerca de 25 sindicatos e associações representativas da categoria, terá como próximo marco um ato público em Passo Fundo, no dia 13 de junho.
A principal pauta dos trabalhadores é a reposição salarial de 12,14% para todas as categorias do funcionalismo estadual, incluindo ativos, inativos e pensionistas. A proposta está ancorada em dados de defasagem acumulada ao longo da última década, segundo Érico Corrêa, presidente do sindicato Sindicaixa, que concedeu entrevista ao programa Olho Vivo, da Rádio Sideral, nesta quinta-feira, 06 de junho.
“O piso salarial regional teve reajuste de 85% [em uma década] e as aposentadorias ou salários dos servidores 6%”, afirmou Corrêa.
Críticas à falta de diálogo do governo Leite
Durante a entrevista, Érico Corrêa criticou a ausência de canais de negociação com o governo estadual. Segundo ele, os servidores não foram recebidos em audiência e tomam conhecimento das decisões por meio de veículos de imprensa.
“Se o governador tivesse interesse, boa vontade política e quisesse chamar os servidores, nós iríamos sentar e negociar”, disse.
O sindicalista também acusou o governador Eduardo Leite de negligência durante a recente crise climática no Estado. Segundo ele, enquanto enchentes atingiam municípios como Alegrete, o chefe do Executivo estava em compromissos políticos fora do Estado.
“O governador está muito envolvido com sua própria campanha eleitoral e deixou o Estado andando sozinho”, afirmou.
Reposição salarial e impacto econômico
Corrêa destacou que o reajuste reivindicado pela categoria tem potencial de aquecer a economia regional, ao ampliar a capacidade de consumo da população que depende dos salários do funcionalismo.
“Ninguém que ganha salário mínimo regional guarda dinheiro. Se a pessoa tem um aumento no salário, ela consome mais. Gira a roda da economia”, argumentou.
Calendário de atos e convocação
Além do protesto em Passo Fundo no dia 13 de junho, estão previstas mobilizações em Santa Maria (24 de junho), Pelotas (04 de julho) e Porto Alegre (11 de julho). A expectativa é reunir até 20 mil pessoas na capital para o encerramento das ações.
“Vamos finalizar com um grande ato estadual em Porto Alegre pra dizer pro Eduardo Leite que chega de tentar matar os nossos colegas de fome”, declarou Corrêa.
Os sindicatos locais estão mobilizados para garantir apoio logístico aos participantes, com disponibilização de ônibus e orientações regionais. Os servidores são orientados a procurar suas entidades de classe ou núcleos do CPERS para mais informações.
