Chuvas recentes ajudaram na semeadura da soja, mas variabilidade no desenvolvimento é observada em algumas regiões
A semeadura de soja no Rio Grande do Sul avançou significativamente após as chuvas de 19 a 20 de novembro de 2024, que contribuíram para a reposição de umidade no solo. De acordo com o Informativo Conjuntural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS-Ascar), divulgado nesta quinta-feira (28), 60% da área estimada de soja foi semeada, totalizando 4.086.806 hectares de uma previsão de 6.811.344 hectares. A produtividade média da soja está em 3.179 kg/ha.
Os produtores estão priorizando o plantio em condições ideais para evitar o risco de necessidade de reposições. No entanto, nas regiões com menor volume pluviométrico, as atividades foram suspensas no final da semana. As áreas semeadas no final de outubro e início de novembro apresentam excelente germinação e estande. Porém, em algumas regiões com menor aporte de chuvas (especialmente entre 10 e 17 de novembro), a germinação das sementes apresenta grande variabilidade. Áreas com maior cobertura de palhada têm mostrado emergência uniforme, enquanto em locais com menor cobertura, as sementes ainda não germinaram, embora ainda viáveis.
As lavouras semeadas em áreas compactadas devido ao tráfego de máquinas apresentam desuniformidade na emergência das plantas. Porém, em locais com precipitação superior a 10 mm, observa-se a retomada da germinação, o que pode favorecer a uniformidade das lavouras. No entanto, o desenvolvimento inicial das plantas tem sido lento, com folhas menores e maior alongamento dos entrenós, o que reflete o impacto das condições climáticas adversas.
Milho
A semeadura de milho avançou apenas 4% e atinge 88% da área estimada de 748.511 hectares para a safra de 2024/2025. A produtividade média é estimada em 7.116 kg/ha. Atualmente, 42% das lavouras estão no estágio vegetativo, e 27% estão em florescimento. Já 31% das lavouras estão em enchimento de grãos.
Trigo
A colheita de trigo atingiu 97% da área cultivada, com um total de 1.322.167 hectares. A produtividade média está estimada em 3.116 kg/ha, mas essa estimativa será revisada no final da safra. Em algumas regiões como Campanha, Sul e Campos de Cima da Serra, ainda há lavouras em maturação fisiológica. A produtividade e qualidade dos grãos variam bastante entre as diferentes regiões.
Cebola
Na região de Passo Fundo, produtores de cebola estão focados no controle fitossanitário devido ao alto índice de precipitação e baixa luminosidade, que favorecem o surgimento de doenças. Os produtores de cebola do cultivo cedo já iniciaram a colheita, que apresenta boa qualidade, embora o preço tenha caído para R$ 0,75/kg em Ibiraiaras, devido à grande oferta.
Folhosas
Na região de Lajeado, produtores de rúcula em ambiente protegido têm se destacado pela qualidade da produção. O cultivo, com até 10 ciclos por ano, tem mostrado uma baixa incidência de fungos de solo. O preço do maço de rúcula está sendo comercializado entre R$ 15,00 e R$ 20,00 em supermercados e na Central de Abastecimento (Ceasa).
Melão e Melancia
Na região de Bagé, o plantio de melancia foi realizado em 52 hectares dos 75 hectares previstos. As lavouras estão na fase de frutificação, com a colheita prevista para 10 de dezembro. Apesar das boas condições sanitárias, os ventos fortes em áreas sem proteção causaram danos nas folhas e frutos, principalmente nas lavouras situadas em terrenos elevados.
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