Saúde de Getúlio Vargas investe R$ 1,3 milhão em complementações hospitalares em quatro meses
- Andrei Nardi
- há 2 dias
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Prestação de contas revela que R$ 1,3 milhão foram usados em complementações hospitalares no quadrimestre, verba que, segundo secretário, deveria vir dos governos estadual e federal
A Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social de Getúlio Vargas enfrenta longas filas de espera para consultas especializadas e exames, mesmo investindo 22% do orçamento municipal no setor, sete pontos percentuais acima do mínimo exigido por lei. Segundo a prestação de contas do primeiro quadrimestre de 2025, apresentada pelo secretário Elgido Pasa, o principal desafio é a necessidade de usar recursos próprios para cobrir responsabilidades que seriam dos governos estadual e federal.
“Com 15% não conseguiríamos fazer quase nada. E, mesmo aplicando 22%, ainda deixamos de atender muitas demandas”, afirmou o secretário.
Mais de R$ 1,3 milhão em complementações hospitalares
Nos primeiros quatro meses do ano, a prefeitura investiu mais de R$ 1,3 milhão para complementar os pagamentos aos hospitais São Roque (R$ 778 mil) e Santa Terezinha de Erechim (R$ 420 mil), referências regionais. “A população precisa saber que toda consulta feita nesses hospitais tem complementação paga pelo município. Esse recurso, em tese, deveria ser custeado pelo Estado e pela União, mas como queremos que nossos pacientes sejam atendidos, as prefeituras da região estão arcando com esses valores”, explicou Pasa.
Filas de espera preocupam
Apesar do esforço financeiro, as filas de espera continuam sendo um problema crítico. Atualmente, 324 pacientes aguardam por uma ultrassonografia com Doppler, 305 por tomografia e 271 por colonoscopia. Nas consultas especializadas, há 152 pessoas na fila para oftalmologia e 66 para ortopedia de joelho. “Se o recurso investido em complementações pudesse ser destinado à prevenção e aos exames, teríamos condições de reduzir essas filas”, lamentou o secretário.
Falta de profissionais agrava o cenário
Outro obstáculo é a dificuldade em contratar especialistas, agravada pela baixa remuneração paga pelo SUS, que é de R$ 13,50 por consulta. Pasa citou o exemplo das cirurgias ortopédicas: “No Hospital Santa Terezinha, temos um único médico para realizar próteses de joelho. Ele faz seis cirurgias por mês para atender 32 municípios. Isso trava toda a fila”.
O secretário reforçou que a gestão mantém o compromisso com a transparência e convidou a população a procurar a secretaria para esclarecer dúvidas sobre o funcionamento do sistema de saúde.
