Com a alta da taxa básica de juros (Selic) para 13,25% ao ano, como fica a rentabilidade das aplicações financeiras e onde colocar o dinheiro para obter o melhor retorno?
A elevação dos juros básicos da economia em mais 0,5 ponto percentual irá aumentar os rendimentos de investimentos em renda fixa e aplicações financeiras que acompanham a Selic como CDBs (Certificado de Depósito Bancário), títulos privados e títulos do Tesouro Direito.
Já na caderneta de poupança pouco muda. A modalidade de investimento mais popular do País seguirá com o retorno travado em 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial) e tende a continuar perdendo para a inflação e outras aplicações em renda fixa.
Veja a seguir simulações de rentabilidade nas principais aplicações de renda fixa e o ranking dos investimentos mais buscados.
Comparativo
Simulações do buscador de investimentos Yubb mostram que, com a Selic a 13,25%, diversas opções em renda fixa oferecem retorno de mais de 1% ao mês, com uma rentabilidade líquida (descontada a inflação e o imposto de renda) de até mais de 5% para o período de 12 meses.
Entre as modalidades com maior retorno projetado estão as debêntures incentivadas, que são títulos emitidos por empresas para financiar seus projetos e operações, LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio).
Mais buscados
Segundo o levantamento do Yubb, os investimentos em renda fixa foram os mais buscados no mercado financeiro neste início de mês. Os títulos do Tesouro Direto s CDBs, que contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para aplicações de até R$ 250 mil, foram as aplicações mais procuradas entre 1º e 14 de junho.
A perspectiva de proximidade do fim do ciclo de alta da Selic é vista como uma oportunidade para a compra de títulos pré-fixados ou que pagam a inflação mais um prêmio.
Seguimos enxergando um prêmio relativamente pequeno dos títulos longos em relação aos curtos. Dessa forma, reforçamos nossa visão de alocação em papéis de vencimentos curtos e intermediários. Em paralelo, os papéis de crédito privado estão elevando seus prêmios, aumentando a atratividade da relação risco-retorno para alguns emissores - destaca Vinicius Romano, head da área de renda fixa da Suno Research.
Mesmo com a procura por CDBs em alta, a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) alerta que a modalidade precisa pagar acima de 85% do CDI para valer a pena e superar o retorno da poupança, uma vez que CDBs pagam IR de acordo com o prazo de resgate da aplicação.
Uma dica é buscar opções de CDBs fora dos grandes bancos, que costumam oferecer retorno maior. Bancos digitais e fintechs também costumam oferecer 100% do CDI para o dinheiro depositado nas contas de pagamento. Isso significa, na prática, que estão espelhando uma remuneração equivalente a da Selic.
Onde investir
No cenário atual, a renda fixa tende a continuar desbancando a renda variável em atratividade, uma vez que oferece diversas opções de menor risco com rentabilidade atrelada à Selic. Desde maio, o Brasil segue na liderança do ranking mundial de juros reais, o que torna o investimento em títulos públicos e privados brasileiros atrativo inclusive para os estrangeiros.
Já o mercado de ações e renda variável tende a seguir pressionados pela maior alocação de recursos na renda fixa e pela piora do cenário externo. Os analistas destacam, porém, que para o investidor paciente, vale sempre ficar de olho em oportunidades de “ações baratas” de empresas com bons fundamentos, com potencial de valorização no longo prazo.
O atual cenário de inflação global continua pressionando fortemente os investimentos em renda variável, notadamente as ações brasileiras, ações americanas, fundos imobiliários e criptomoedas. A última leitura de inflação americana acima do esperado renovou as preocupações dos investidores com aumentos ainda mais contundentes da taxa de juros nos Estados Unidos - afirma Bernardo Pascowitch, CEO e fundador do Yubb.
Caso isso aconteça, poderemos ver uma corrida mais severa a ativos menos arriscados, especialmente o dólar e os títulos públicos americanos, o que significaria quedas mais acentuadas para os ativos de renda variável (ações, fundos imobiliários e criptomoedas) - acrescenta.
Vale lembrar que na hora de investir é preciso avaliar não só a rentabilidade, mas também os objetivos desse investimento, o tempo que o dinheiro pode ficar aplicado, a necessidade de eventual resgate antes do vencimento e a disposição a assumir mais ou menos risco.
Com relação aos fundos de investimento, a principal vantagem é a contratação de uma gestão profissional de uma carteira diversificada de ativos. É importante, porém, ficar de olho nas taxas cobradas e no risco de sobe e desce do valor das cotas. A Anefac alerta que mesmo os fundos de renda fixa podem ter rendimento líquido inferior ao que é pago pela poupança quando a taxa cobrada é 2,5% ou mais por ano.
Fonte: O Sul
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