RS ainda abriga 1,2 mil animais resgatados de enchentes; adoção desacelera com devoluções preocupando autoridades
- Andrei Nardi
- 9 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Plataforma facilita adoção de cães e gatos resgatados, mas devoluções e baixa procura ameaçam o bem-estar animal
os abrigos do Rio Grande do Sul ainda cuidam de cerca de 1,2 mil cães e gatos resgatados das enchentes que ocorreram em maio deste ano. No auge do desastre, mais de 10 mil animais foram socorridos. Contudo, a procura por adoções diminuiu e a devolução de animais já adotados preocupa gestores.
Em Canoas, cidade fortemente impactada, cerca de 800 animais aguardam adoção. Todos os bichinhos resgatados foram castrados e microchipados. Segundo Fabiane Borba, secretária do Bem-Estar Animal de Canoas, os meses de férias intensificam a baixa na procura. “A partir de setembro, temos visto uma diminuição gradativa na procura. Isso nos preocupa, pois ainda temos centenas de animais nos abrigos”, afirmou.
Como adotar?
O governo do estado criou uma plataforma para facilitar a adoção. Interessados no RS podem visitar os abrigos para escolher um animal. Para moradores de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, os bichinhos são transportados até Florianópolis, Curitiba e Cotia.
Problema de devolução
As devoluções e desistências também são desafios. Animais que estavam em lares temporários ou já adotados frequentemente retornam aos abrigos. Fabiane Borba destacou o impacto emocional nos bichos: “Eles já passam por muitos traumas. Nosso intuito é que eles encontrem lares amorosos e permanentes.”
Exemplo de superação
Apesar dos desafios, histórias de adoção aquecem o coração. A dona de casa Kátia Costa e o segurança José Danilo Souza, que perderam tudo na enchente, adotaram Cecília, uma gata rejeitada devido a uma condição médica. “Ninguém quis, mas eu quero a Cecília”, disse Kátia. Para Danilo, adotar Cecília foi um gesto de generosidade próximo ao Natal. “Nossa sacola de Natal está aqui. Vamos fazer o Natal dela também.”
