Agricultores cobram revisão das regras do programa e apoio diante das perdas causadas pela seca desde 2021
Na manhã desta segunda-feira, 17/02, produtores rurais da região se reuniram na avenida Alto Jacuí, em Não-Me-Toque, em um ato de mobilização para pedir a revogação do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e discutir a securitização agrícola. O protesto ocorreu na esquina entre a praça Dr. Otto Schmiedt e a agência do Banco do Brasil, reunindo representantes do setor agropecuário, que apontam dificuldades financeiras agravadas pelas perdas climáticas no Rio Grande do Sul desde 2021.
Reivindicações dos produtores
O vice-presidente do Sindicato Rural de Não-Me-Toque, Silvio Van Vüght, ressaltou os desafios enfrentados pelos agricultores diante de safras frustradas por seca e excesso de chuva, além da falta de suporte adequado para os produtores que enfrentam dificuldades financeiras.
“Viemos de safras frustradas devido à seca ou excesso de chuva. A descapitalização do produtor é notória, e ainda enfrentamos imposições do governo, como a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)”, comentou Van Vüght.
Entre as principais demandas do setor está a atualização das regras do Proagro, programa do governo federal que cobre perdas financeiras dos produtores rurais. Agricultores afirmam que, após sucessivos pedidos de indenização por perdas climáticas, muitos estão enfrentando dificuldades para acessar o programa, afetando principalmente pequenos e médios produtores.
“As regras do Proagro precisam ser modificadas. Precisamos de políticas de seguro de renda, ter como pagar nossas contas e passar o ano”, destacou Van Vüght.
A mobilização reuniu produtores de diferentes perfis, reforçando a necessidade de atenção dos governos federal e estadual para a crise enfrentada pelo setor agropecuário gaúcho.
“Uma grande quantidade de produtores está nessa dificuldade. Por isso, estamos aqui para buscar mudanças que beneficiem a todos”, acrescentou o vice-presidente do Sindicato Rural.
Projeto de Lei sobre securitização de dívidas
Durante o protesto, os manifestantes também destacaram a importância do Projeto de Lei 341/2025, atualmente em tramitação no Congresso Nacional. O PL aguarda despacho do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e prevê a securitização das dívidas de produtores rurais afetados por eventos climáticos adversos desde 2021.
A proposta busca garantir que agricultores impactados por fatores externos possam negociar suas dívidas e manter suas atividades produtivas.
Como funciona o Proagro?
O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) funciona como um seguro rural, no qual o produtor paga uma taxa chamada "prêmio" para ter direito à cobertura. Em caso de eventos cobertos pelo programa, o agricultor deve apresentar laudos técnicos comprovando as perdas. Caso o sinistro seja confirmado, o Proagro cobre os prejuízos, garantindo recursos para a continuidade das atividades rurais.
📌 Com informações do Grupo Ceres de Comunicação / Não-Me-Toque.
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