Dois dos explorados são adolescentes e um é uruguaio; eles foram resgatados pela Polícia Federal após denúncia anônima
Um produtor de maçãs foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (13) por manter cinco pessoas em situação análoga à escravidão em uma propriedade rural em Farroupilha, na Região da Serra do Rio Grande do Sul. Entre os explorados, havia dois adolescentes, de 15 e 17 anos, um uruguaio, de Rivera, e dois homens de Santana do Livramento, cidade na Fronteira Oeste do estado.
A PF recebeu uma denúncia anônima sobre o caso e foi até o local verificar a situação. Lá, encontrou os cinco trabalhadores em um alojamento precário, onde eram mantidos trancados pelo empregador. Segundo a PF, o ambiente, o banheiro e a cozinha não tinham as mínimas condições de higiene.
Além disso, os trabalhadores eram submetidos a uma carga excessiva de trabalho diariamente na colheita de maçãs, que chegava a 10 horas, sem acesso à água ou alimentação adequadas. Eles também recebiam salários inferiores aos prometidos pelo empregador. Dois dos cinco trabalhadores estavam na propriedade rural desde 31 de janeiro. Os demais, desde 4 de fevereiro.
Após o resgate, os trabalhadores foram encaminhados para um alojamento provisório, onde receberam assistência médica e psicológica. Eles também devem receber os direitos trabalhistas, trâmite que vai ser mediado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Todos os trabalhadores vão ser levados para suas cidades de origem. O transporte vai ser pago pelo empregador, que foi preso em flagrante e conduzido à delegacia da PF em Caxias do Sul. Ele vai responder pelo crime de redução à condição análoga a de escravidão, que prevê pena de dois a 12 anos de prisão.
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