Os dados divulgados pelo IBGE mostram um crescimento robusto na produção pecuária brasileira no 2º trimestre de 2024, com recordes históricos no abate de bovinos e na produção de ovos de galinha, além de alta nas exportações de carnes
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quinta-feira (5) os resultados completos das Estatísticas da Produção Pecuária para o 2º trimestre de 2024, registrando crescimento significativo em diversos setores. O abate de bovinos aumentou 17,5% em comparação ao 2º trimestre de 2023 e 6,7% em relação ao 1º trimestre de 2024, totalizando 9,96 milhões de cabeças, um recorde na série histórica iniciada em 1997. Foram abatidas 1,48 milhão de cabeças de bovinos a mais que no mesmo período do ano passado, com altas em 26 das 27 unidades da federação. O aumento no abate de fêmeas, de 20,8%, foi influenciado pela queda do preço dos bezerros, enquanto o abate de machos subiu 14,8%. Segundo o supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi, "o abate de bovinos estava em um ciclo de retenção entre 2019 e 2021 e passou para o ciclo de expansão a partir de 2022".
O abate de frangos também apresentou um crescimento de 3,2% em relação ao mesmo período de 2023 e de 1,0% na comparação com o 1º trimestre de 2024, totalizando 1,61 bilhão de cabeças, o segundo maior resultado da série histórica iniciada em 1997. No caso dos suínos, o abate foi de 14,57 milhões de cabeças, representando um aumento de 2,5% em relação ao ano anterior e de 3,9% em relação ao trimestre anterior, impulsionado por crescimentos em 17 das 24 unidades da federação.
As exportações de carne também bateram recordes no trimestre. As exportações de bovinos alcançaram 612,44 mil toneladas, aumento de 30,0% na comparação anual, com recordes para abril e maio, segundo dados da SECEX/MDIC. A ampla oferta de animais impactou os preços da arroba do boi, que sofreram retração no período. As exportações de carne suína e de frango também registraram volumes recordes para segundos trimestres, com crescimento no mercado externo.
Bernardo Viscardi destacou que "o mercado interno é o que mais absorve essas proteínas. No caso dos bovinos, houve redução de preços da carne, que estimulou o mercado interno, e no caso de frangos, há uma alta demanda por conta dos preços mais acessíveis".
A produção de ovos de galinha alcançou 1,16 bilhão de dúzias no 2º trimestre de 2024, um aumento de 9,8% em relação ao mesmo período de 2023 e de 5,6% em relação ao trimestre anterior, atingindo um novo recorde na série histórica. Foram produzidas 103,38 milhões de dúzias de ovos a mais em comparação com o mesmo período de 2023, com 82,4% da produção destinada ao consumo humano. "A produção de ovos também foi recorde por ser uma proteína com preços acessíveis e ter uma alta demanda no mercado interno", comentou Viscardi.
A aquisição de couro aumentou 16,9% em relação ao 2º trimestre de 2023, com 10,08 milhões de peças recebidas pelos curtumes investigados. Em contraste, a aquisição de leite cru foi de 5,83 bilhões de litros, registrando uma queda de 6,2% em comparação ao trimestre anterior, embora tenha subido 0,8% em relação ao mesmo período de 2023. A seca sazonal afetou o preço do leite, que apresentou alta de 15,6% em relação ao 1º trimestre de 2024, mas ainda com uma retração de 4,1% frente ao mesmo trimestre de 2023.
As cheias do Rio Guaíba, no Rio Grande do Sul, impactaram negativamente a produção agropecuária no estado, com redução de 40,45 mil cabeças de bovinos abatidas no 2º trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. As enchentes afetaram a logística e a infraestrutura, resultando em quedas nos abates de suínos e frangos e na produção de leite e ovos.
O levantamento do IBGE fornece informações detalhadas sobre o total de cabeças abatidas, peso das carcaças e produção de leite e ovos, e é essencial para orientar políticas públicas e decisões de mercado. A próxima divulgação dos resultados completos, referente ao 3º trimestre de 2024, está programada para 5 de dezembro.
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