Polícia Civil alerta para sofisticação de golpes de falsos investimentos e mudança no perfil das vítimas
- Andrei Nardi

- 18 de jul.
- 2 min de leitura
Diretor do departamento de crimes cibernéticos explica que golpistas usam até inteligência artificial e orienta como verificar a legalidade de plataformas antes de transferir recursos
O aumento e a sofisticação dos crimes cibernéticos, em especial os golpes de falsos investimentos, têm mudado o perfil das vítimas: se antes eram pessoas com pouca familiaridade com a internet, hoje usuários com alto grau de instrução são alvos frequentes. O alerta é do delegado Eibert Moreira, diretor do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC), que destacou a criação do órgão como uma prioridade da Polícia Civil para combater essa modalidade de crime. “A Polícia Civil elevou o combate ao crime em ambiente virtual como prioridade. Foi um grande passo, um grande avanço, é o primeiro departamento do Brasil que tem essa temática”, afirmou Moreira.
Segundo o delegado, as táticas de engenharia social estão cada vez mais apuradas, inclusive com o uso de Inteligência Artificial. Ele afirma que a prática de golpes envolvendo falsos investimentos cresceu de maneira alarmante, com um aumento significativo após a pandemia de Covid-19.
Como funciona o golpe do falso investimento
Via de regra, os criminosos atraem as vítimas para uma plataforma que simula uma instituição financeira legítima. Apresentando-se como gestores de investimentos, eles utilizam informações pessoais da vítima para gerar credibilidade e oferecem falsas promessas de retornos muito superiores aos do mercado.
O delegado explica que a vítima é induzida a injetar dinheiro na plataforma, onde consegue visualizar os valores depositados. “Na sequência, o falso corretor indica como fazer os investimentos, a pessoa deposita o dinheiro e enxerga os lucros em criptomoedas ou em algum ativo investido com rentabilidade acima da média”. Uma vez que a vítima está no esquema, o golpista indica novas oportunidades para que ela deposite cada vez mais dinheiro, até o momento em que ela tenta sacar os valores e descobre que não consegue.
Recomendações para evitar o golpe
De acordo com o diretor do DERCC, o principal conselho é a desconfiança. “A gente transita no ambiente virtual sem de fato conhecê-lo. Por isso, a sugestão é sempre desconfiar de grandes retornos desses investimentos que oferecem rentabilidade acima da média”. Além disso, a polícia orienta:
Não realizar transferências via Pix, boleto ou cartão para uma plataforma sem antes verificar se ela possui registro legal no Brasil.
Pesquisar se a empresa está registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Procurar corretores de empresas conhecidas que possam confirmar a existência e a legitimidade do suposto investimento.
Fui vítima, e agora?
A orientação da Polícia Civil para quem caiu no golpe é registrar imediatamente a ocorrência na delegacia mais próxima ou através da Delegacia on-line. É fundamental reunir todos os documentos e provas possíveis, como e-mails, mensagens de aplicativos, chaves Pix, perfis de redes sociais dos golpistas e comprovantes de pagamento.
A partir desses dados, a polícia pode trabalhar na investigação para identificar a autoria, bem como realizar uma investigação patrimonial para solicitar bloqueios de valores e buscar um futuro ressarcimento às vítimas.










