Estudo avalia sistemas de condução para melhorar a produtividade e qualidade de cultivares de pêssegos na região
Uma pesquisa conduzida no Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) está abrindo novas possibilidades para a produção de pêssegos no sul do Brasil. O estudo, liderado por Jean do Prado, sob orientação do professor Clevison Luiz Giacobbo, analisou o desenvolvimento inicial, a produtividade e a qualidade dos frutos das cultivares Rubramoore e Rubimel em diferentes sistemas de condução, visando encontrar formas mais eficientes de cultivo para aumentar a produção e a qualidade dos pêssegos na região.
O objetivo da pesquisa foi avaliar o impacto de diferentes técnicas de manejo no crescimento e produção dos pessegueiros. Para isso, em 2021, foram estabelecidos pomares experimentais em dois locais distintos: a cultivar Rubramoore foi plantada na UFFS – Campus Chapecó (SC), enquanto a cultivar Rubimel foi cultivada no Centro de Ensino Superior Riograndense (Cesurg), em Sarandi (RS). Essas localidades foram escolhidas por apresentarem diferentes condições de solo e clima, o que permite uma análise mais ampla do desempenho das plantas.
As cultivares Rubramoore e Rubimel foram selecionadas especificamente por sua baixa e média exigência de horas de frio, adequando-se às condições climáticas de Chapecó e Sarandi. Além disso, ambas são variedades precoces, permitindo colheitas entre outubro e novembro, antes de outras variedades que são normalmente colhidas entre dezembro e janeiro.
Diferentes sistemas de condução, como líder central, triplo líder e vaso aberto, foram testados para verificar qual técnica proporcionaria melhor desenvolvimento das árvores e frutos. O sistema de líder central destacou-se em produtividade no pomar de Chapecó, atingindo 3,18 toneladas por hectare, demonstrando vantagens em termos de penetração de luz e circulação de ar, fatores que contribuem para reduzir doenças e melhorar a qualidade dos frutos.
Os primeiros resultados também sugerem que sistemas bidimensionais, como líder central e triplo líder, podem produzir frutos com mais açúcares e vitamina C, embora apresentem menores níveis de compostos fenólicos, importantes antioxidantes naturais. No entanto, Jean do Prado ressalta que os dados são preliminares, e o estudo continuará por pelo menos cinco anos para fornecer conclusões mais robustas.
A pesquisa faz parte do grupo FRUFSul, que desenvolve estudos com diferentes frutíferas, incluindo amoras, framboesas e macieiras. Jean do Prado, que atualmente cursa doutorado na Irlanda, continua colaborando com o grupo e acredita que as descobertas poderão trazer avanços significativos para o setor agrícola na região.
Para mais detalhes, a dissertação completa de Jean está disponível no Repositório Digital da UFFS.
Comments