Estudo divulgado pela farmacêutica Pfizer e pelo Instituto Locomotiva revela que 76% das mães brasileiras consideram a escola o lugar ideal para a vacinação infantil. O objetivo da pesquisa, realizada com 2 mil mães em todo o país, é contribuir para a busca de soluções que ajudem a elevar as coberturas vacinais, que estão em queda no Brasil desde 2015. A falta de informação e conhecimento sobre a vacinação é apontada como principal obstáculo, seguida por dificuldades de acesso aos postos e falta de confiança nas vacinas, citadas por 17% das mães.
A vacinação escolar é uma estratégia defendida por especialistas em imunização como instrumento para elevar as coberturas vacinais, que estão abaixo da meta que garante a imunidade de rebanho. Doenças imunopreveníveis, como o sarampo e a poliomielite, podem reaparecer ou se espalhar com mais facilidade. O questionário aplicado em todas as regiões do país também revelou que 81% das entrevistadas ficariam seguras com a vacinação dentro da escola se soubessem que ela seria realizada por profissionais de saúde qualificados.
A pesquisa também destacou as desigualdades regionais no acesso à informação e às vacinas. Metade das mães das classes A/B contam com algum tipo de acompanhamento que ajude a lembrar o dia de vacinar seus filhos, enquanto esse percentual é de apenas 25% para as mães da Região Norte. As mães nortistas, ao lado das mães negras e das mães das classes D/E, são as que têm menos informação, assistência e acesso às vacinas. O pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ressalta que o Norte e o Nordeste são as regiões do país com os indicadores mais baixos de imunização infantil.
Com o intuito de ajudar a transpor esses obstáculos, a diretora médica da Pfizer, Adriana Ribeiro, afirma que o objetivo da pesquisa é contribuir para a busca de soluções mais efetivas. "Ao ouvir as mães, que em sua maioria são responsáveis diretas pelo gerenciamento da imunização de seus filhos, propomos a partir do estudo um olhar mais aprofundado desse cenário complexo, como forma de contribuir para a busca de soluções que realmente possam transformar a situação vacinal atual", disse. A pesquisa foi divulgada pouco antes da Semana Mundial da Imunização, que acontece entre 24 e 30 de abril.
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