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Partes de corpo humano são encontradas na orla de Porto Alegre

  • Foto do escritor: Andrei Nardi
    Andrei Nardi
  • 7 de set.
  • 3 min de leitura

Polícia Civil investiga se membros pertencem a mulher esquartejada; suspeito pelo crime já está preso

Parte de uma perna e um pé humanos foram encontrados por pescadores na tarde deste domingo, 7 de setembro, na região da orla de Porto Alegre. De acordo com a Polícia Civil, o local foi isolado e a perícia foi acionada. Conforme o delegado Mário Sousa, a suspeita é de que os membros pertençam à vítima de um assassinato em que o corpo foi esquartejado e teve partes espalhadas em diferentes pontos da capital, entre eles, a rodoviária.

No dia anterior, uma perna humana já havia sido encontrada na areia da orla de Ipanema, na Zona Sul da cidade. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) foi acionado e fará a comparação genética dos novos achados com os demais restos mortais encontrados na Estação Rodoviária e no bairro Santo Antônio, na Zona Leste.

Suspeito e vítima

O suspeito, preso preventivamente pelo crime, é o publicitário Ricardo Jardim. Em 2018, ele foi condenado a 28 anos por matar e concretar o corpo da própria mãe.

A confirmação oficial da identidade da vítima depende de comparação genética com amostras de familiares. Segundo os investigadores, a cabeça do corpo não foi localizada, o que também dificulta a conclusão de laudos periciais. No entanto, a Polícia Civil acredita que a vítima seja uma manicure com mais de 60 anos, moradora de Porto Alegre e natural de Arroio Grande. "Essa mulher é gaúcha, tinha um relacionamento com ele. Está muito claro que ele tinha intenção de tirar dinheiro dessa mulher", afirma o delegado.

Exame de DNA e coleta com familiares

O IGP confirmou que os membros encontrados em 13 de agosto, na Rua Fagundes Varela, e o torso deixado em uma mala no guarda-volumes da rodoviária, identificado no dia 1º de setembro, pertencem à mesma pessoa. O instituto também relatou que, a partir dos nós dos sacos de lixo que envolviam os fragmentos, foi extraído um perfil genético masculino que coincidiu com o de um condenado no Banco de Perfis Genéticos do RS, resultado que sustentou o pedido de prisão do suspeito.

A etapa que segue é o comparativo com o DNA da família para fechar a identificação da vítima. Em coletiva realizada na sexta-feira, 5 de setembro, a Polícia Civil reiterou que a coleta de material dos familiares, que são do interior do RS, será feita para a confirmação formal.

Celular da vítima e conversas

O suspeito estava com o celular da vítima e teria se passado pela mulher em mensagens para familiares após o crime. A principal linha de investigação aponta que, como o homem estaria enviando as mensagens, nenhum amigo ou familiar suspeitou de que algo estava errado e, por isso, não houve registro de desaparecimento. O conteúdo do aparelho e de outros dispositivos apreendidos será analisado pelos peritos.

Linha do tempo do suspeito

  • 15/01/2024: Justiça autoriza progressão ao semiaberto e liberação com monitoramento diante da falta de vaga, com apresentação obrigatória em 48h.

  • 16/01/2024: Ricardo é liberado da prisão.

  • 19/01/2024: Ricardo se apresenta ao Instituto Penal de Monitoramento Eletrônico, que não tem tornozeleiras disponíveis.

  • 28/02/2024: Acontece uma tentativa de agendamento da instalação da tornozeleira, mas ele não atendeu as ligações.

  • 06/04/2024: É feito o registro de Não Apresentação, passando para a condição de foragido.

  • 22/04/2024: Ministério Público solicita a expedição de mandado de prisão.

  • 06/02/2025: Juízo regride cautelarmente o regime para o fechado e expede mandado de prisão.

O que a polícia já estabeleceu sobre a dinâmica

  • Depósito da mala: Câmeras mostram um homem deixando a mala no dia 20 de agosto no guarda-volumes da rodoviária. O volume ficou no local por cerca de 12 dias, até ser aberto pela equipe do setor devido ao odor.

  • Planejamento e ocultação: O autor removeu as pontas dos dedos dos membros para dificultar a identificação e deixou a cabeça por último, estratégia que, segundo a polícia, visava retardar o reconhecimento da vítima.

  • Relacionamento e possível motivação: Segundo a investigação, o suspeito mantinha relacionamento com a vítima e tentou usar os cartões dela. Comprovantes de transações entre ambos foram encontrados. A motivação financeira é apurada.

  • Apreensões: Com o suspeito, os policiais apreenderam celulares e um notebook. O material será periciado após pedidos judiciais de acesso aos dados.

  • Classificação do crime: A Polícia Civil trata o caso, neste momento, como feminicídio. Laudos complementares devem apontar a causa da morte quando houver a reunião de todas as partes do corpo.

Próximos passos da investigação

A cabeça da vítima ainda não foi localizada. Essa etapa é considerada fundamental para permitir a identificação completa do corpo e contribuir para a definição precisa da causa da morte. Além disso, os investigadores devem realizar perícia no celular da vítima e nos demais dispositivos eletrônicos apreendidos. O objetivo é confirmar se as mensagens enviadas em nome da vítima foram realmente redigidas por ela, além de rastrear possíveis movimentações financeiras e digitais que possam esclarecer o contexto do crime.

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