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Nível do Guaíba em Porto Alegre deve permanecer acima da cota de inundação por dez dias, segundo projeção da UFRGS

Cenário prevê água acima de cinco metros por mais de quatro dias, mantendo Centro Histórico alagado

 

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, deve se manter acima da cota de inundação de três metros e atingir cerca de quatro metros nos próximos dez dias, de acordo com a projeção do professor Fernando Mainardi Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Este cenário mantém o Centro Histórico da capital alagado, com a água prevista para permanecer acima dos cinco metros por mais de quatro dias.

O pesquisador detalha que o sistema de proteção contra enchentes da cidade tem enfrentado várias falhas, contribuindo para a entrada de água na cidade. As casas de bombas tiveram problemas ao receber água do Guaíba, e duas das seis Estações de Tratamento de Água (Etas) estão fora de operação e sem previsão de retorno do abastecimento, segundo o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae).

“O sistema de proteção contra enchentes de Porto Alegre está operando mais como um sistema de retardamento da entrada da água do que como um sistema de proteção efetivamente”, esclarece Fan. Ele afirma que as novas projeções são feitas todos os dias, durante reuniões dos pesquisadores.

Após atingir um recorde histórico na sexta-feira à noite (3), o nível do Guaíba continuou subindo na madrugada de domingo (5), registrando 5,30 metros às 7h, de acordo com a medição da Prefeitura de Porto Alegre. A elevação é consequência dos temporais que ocorrem no estado desde segunda-feira (29).

De acordo com o boletim da Defesa Civil deste domingo, às 12h, as chuvas já resultaram em 75 mortes. Outras seis são investigadas para verificar se possuem relação com a tragédia. Além dos mortos, 103 pessoas estão desaparecidas e 155 feridas. O órgão soma 104,6 mil pessoas fora de casa, sendo 16,6 mil em abrigos e 88 mil desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos.

Ao todo, 334 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 780 mil pessoas. Na quinta-feira (2), o governador Eduardo Leite (PSDB) se referiu à tragédia como “o maior desastre climático” da história do Rio Grande do Sul e decretou estado de calamidade, já reconhecido pelo governo federal.

Este é o quarto desastre climático a atingir o Rio Grande do Sul em menos de um ano. Em 2023, três eventos ocorreram em junho, setembro e novembro, deixando 80 mortos. Neste domingo (5), o presidente Lula (PT) veio ao estado juntamente com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Edson Fachin. Eles sobrevoaram de helicóptero a capital gaúcha e Canoas. À tarde, durante uma manifestação à imprensa, o presidente afirmou que não haverá ‘impedimento da burocracia’ para recuperar o estado.

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