Número de novas armas cadastradas sofre queda significativa após mudança na política de armas do governo federal
O número de novas armas registradas por cidadãos comuns no Brasil sofreu uma queda significativa em janeiro deste ano, em comparação com os últimos anos. Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, houve um aumento no número de armas cadastradas, devido a medidas que flexibilizaram a posse, o porte e a compra de munição. Em janeiro de 2023, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram cadastradas 2,5 mil armas, uma queda de 71,5% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Para especialistas, os números de janeiro são reflexo da mudança na política de armas do governo federal. Natália Pollachi, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, afirma que essa queda dá uma sinalização importante de que o governo deve seguir em uma outra direção, com uma regulamentação mais responsável e coerente com a realidade da violência armada no país.
O atual governo também suspendeu a concessão de novos registros para abertura de clubes e escolas de tiro no país, que cresceram significativamente nos últimos anos. Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que, nos últimos quatro anos, o Exército concedeu mais de 1.400 registros para essas instituições, mais que o dobro da soma de todos os registros liberados nos dez anos anteriores.
Especialistas destacam a importância de medidas para controlar o uso de armas de fogo no país, como o recadastramento obrigatório no sistema da Polícia Federal de todas as armas compradas desde maio de 2019. É importante que haja um sistema bem construído para acompanhar o registro dessas armas, para que as informações não sejam perdidas e a responsabilização seja possível.
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