Setembro foi um mês de agonia para um dos principais biomas do país. No período, o Pantanal registrou 8.106 focos de incêndio, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O mês passado foi o pior já registrado em número de focos de incêndio no bioma desde 1998, quando o monitoramento do instituto começou a ser realizado.
Mesmo com três meses para o fim de 2020, o ano também já é o recordista de focos de incêndio no Pantanal: de 1º de janeiro até 30 de setembro, foram 18.259 focos. O recorde anterior era de 2005 com 12.536. Alta é de mais de 45%.
A Amazônia, por sua vez, também registrou aumento no número de focos de incêndio. Em setembro de 2019 foram 19.925 contra 32.017 neste ano, um crescimento de 61%.
Outro recorde negativa paira sobre a Amazônia. No total, de janeiro até o fim de setembro de 2019, foram 66.749 focos de incêndio na floresta. Neste ano, já são 76.030, aumento de 14%.
De acordo com o dado mais recente do Inpe, divulgado em 31 de agosto, o Brasil perdeu mais de 53 mil km² de mata nativa da Amazônia e do Pantanal juntos. Para comparação, o número é equivalente a 34 cidades de São Paulo.
Governo se esquiva de crise
Mesmo com os números evidenciando uma realidade catastrófica, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou em discurso na cúpula sobre biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU), que seu governo realiza um trabalho sem precedentes na área ambiental.
Em discurso gravado, exibido nesta quarta-feira (30), o presidente voltou a atacar “algumas ONGS" que, segundo ele comandam “crimes ambientais” no Brasil e no exterior. Mais uma vez, o presidente não apresentou provas para embasar suas acusações.
No último final de semana, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) publicou informações incorretas sobre as queimadas registradas no país em 2020. Fábio Fária, ministro das Comunicações, admitiu que informação era falsa.
Fonte: Yahoo! Notícias
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