Na manhã desta segunda-feira (23), o prefeito de Erebango, Valmor José Tomelero, acompanhado de servidores do município, esteve presente no ato contra a derrubada do Marco Temporal, realizado no Trevo Sul da ERS 135, em Getúlio Vargas.
O objetivo foi chamar a atenção à votação do Superior Tribunal Federal (STF), marcada para a próxima quarta-feira (25), que tratará do artigo 231 da Constituição, responsável por fixar o marco temporal a fim de identificar e demarcar áreas indígenas.
Conforme o prefeito, o grupo defende o trabalho exercido e que a atividade seja mantida na área em que cada um está. “Acredito que não é criando mais um problema que iremos resolver a questão indígena. Se eles têm dificuldade de áreas, acredito que o governo deve buscar terras onde há disponibilidade para atendê-los. Isso tudo sem interferir e atingir a vida de muitas famílias de produtores que têm escrituras há mais de 100 anos”, destaca, acrescentando: “que eles possam continuar trabalhando, pois, quem está mantendo o nosso município, o Estado e o País, é a classe produtora. Apoiamos e torcemos para que as autoridades enxerguem essa preocupação dos agricultores que é, exclusivamente, prosseguir em suas terras e produzir”, ressalta.
Conforme a organização do manifesto, a eventual retirada do Marco Temporal pode provocar insegurança jurídica em todo o território nacional. Além de Erebango, o município de Getúlio Vargas pode ser atingido, juntamente com Erechim, no processo de demarcação da região do Mato Preto. A manifestação também acontece a favor do PL-490, o qual prevê que são terras indígenas aquelas que estavam ocupadas pelos povos em 5 de outubro de 1988, sendo necessária a comprovação da posse da terra no dia da promulgação da Constituição Federal.
O evento, promovido pelo Sindicato Rural de Getúlio Vargas, Sutraf e a Comissão de Produtores de Mato Preto, contou ainda, com o apoio de outros representantes da classe política regional.
“Nosso trabalho é essencial”, frisa produtor
Adelino Jevinski reside na localidade de Mato Prato. A área da propriedade é de 110 hectares, onde é desenvolvido o cultivo de grãos e a atividade de avicultura. O trabalho envolve a família e colaboradores contratados para auxiliar nas tarefas.
Indignado com essa situação envolvendo o Marco Temporal, ele afirma: “Estamos novamente na luta. Há uma parte da sociedade que parece não levar o assunto a sério. A nossa escritura está registrada, pagamos e há muitas gerações que marcam a história, produzindo alimento em cada propriedade. E agora, nosso documento não tem mais valor?”, argumenta.
Segundo Jevinski, o propósito é conscientizar os órgãos públicos como um todo e a sociedade, para que valorizem ainda mais o esforço permanente da categoria. “Nosso trabalho é essencial para o desenvolvimento do Brasil”, salienta.
Fonte/Foto: Imprensa Prefeitura de Erebango
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