MP deflagra nova fase da Operação Leite Compensado e prende cinco suspeitos de fraudar produtos lácteos no RS
- Andrei Nardi
- 11 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Empresa investigada é acusada de adulterar leite com soda cáustica e água oxigenada, expondo consumidores a riscos à saúde
O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul realizou, nesta quarta-feira (11), a 13ª fase da Operação Leite Compensado, investigando fraudes em produtos lácteos de uma fábrica da Dielat, em Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A operação resultou em cinco prisões, incluindo quatro preventivas e uma em flagrante, além do cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão em cinco municípios gaúchos e em São Paulo.
Fraude e impacto na saúde
De acordo com as investigações, foram detectadas adições de soda cáustica e água oxigenada em produtos como leite UHT, leite em pó e compostos lácteos. Essas substâncias eram usadas para mascarar a deterioração de produtos vencidos e recuperar itens danificados. Segundo o promotor Mauro Rockenbach, essas práticas representam sérios riscos à saúde, incluindo potencial carcinogênico, e dificultam a detecção inicial pelas fiscalizações.
Prisão de envolvidos
Entre os presos preventivamente estão Antonio Ricardo Colombo Sader (sócio-proprietário da Dielat), Tales Bardo Laurindo (diretor), Gustavo Lauck (supervisor) e Sérgio Alberto Seewald (engenheiro químico conhecido como "alquimista" por seu histórico de fraudes similares). Uma mulher, cuja identidade não foi divulgada, foi presa em flagrante por ordenar a destruição de possíveis provas.
Sérgio Seewald já havia sido investigado em 2014, em outra etapa da operação, por adulterações semelhantes realizadas em outra indústria de laticínios no Vale do Taquari.
Ampla distribuição e riscos à merenda escolar
Os produtos da Dielat, com marcas como Mega Lac, Mega Milk, Tentação e Cootall, têm distribuição em todo o Brasil e exportação para a Venezuela. A empresa já forneceu laticínios para merenda escolar em sete cidades gaúchas, incluindo Porto Alegre e Taquara, o que aumenta a preocupação com o alcance das fraudes.
Próximos passos e maior fiscalização
As autoridades estão realizando exames detalhados para identificar os lotes contaminados e reforçam a necessidade de maior fiscalização no setor.
Defesa dos acusados
O advogado de Sérgio Alberto Seewald negou qualquer vínculo de seu cliente com a Dielat, afirmando que as acusações do MP não correspondem à verdade. Ele informou que medidas legais estão sendo tomadas para garantir a soltura de Seewald.
A defesa dos outros acusados e da empresa não foi localizada até o momento.

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