Manejo correto pode quadruplicar produção de uva na região, aponta Emater

Com poda mista e análise de solo, produtividade pode saltar de 8 para até 30 toneladas por hectare, afirma engenheiro agrônomo. Cuidados com pragas e herbicidas também são cruciais

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A adoção de manejos técnicos corretos, como a poda mista e a análise de solo, pode elevar a produtividade dos parreirais na região do Alto Uruguai das atuais 7 para até 30 toneladas por hectare. O alerta é do engenheiro agrônomo da Emater, Edgar Frank, que em entrevista ao programa Olho Vivo da Rádio Sideral nesta quarta-feira, 1º de outubro, reforçou que o acompanhamento técnico contínuo é fundamental para garantir a rentabilidade e a preservação da cultura da uva, tradicional na região.

Frank destacou que muitos produtores ainda utilizam a poda curta, um método tradicional que limita o potencial produtivo das videiras. Segundo ele, com a poda correta, pode-se atingir até 25 ou 30 toneladas de uva por hectare.

Análise de solo: investimento baixo para evitar desperdício

Outro ponto fundamental abordado pelo agrônomo é o desequilíbrio nutricional dos solos na maioria dos parreirais da região, frequentemente causado pelo excesso de adubação. Ele ressalta que o investimento em uma análise de solo, com custo entre R$ 50 e R$ 60, é baixo e pode evitar gastos desnecessários.

"A maioria das análises de solos que nós pegamos dos parreirais está desbalanceada, excesso de nutrientes, muitas vezes o excesso de nutrientes causa uma baixa produção", explicou Frank.

Alerta para o avanço da cochonilha e o risco dos herbicidas

O engenheiro agrônomo também alertou para duas grandes ameaças aos parreirais: a praga cochonilha e a deriva de herbicidas hormonais usados em lavouras de grãos. Segundo ele, a cochonilha tem sido uma das principais causas de morte de videiras, muitas vezes confundida pelo produtor com outras doenças ou com danos de herbicidas.

"Hoje existe uma praga que está atacando muito os nossos parreirais, que é a cochonilha. Quem não faz tratamento de inverno acaba perdendo muitas plantas", destacou. Sobre os herbicidas, ele foi enfático quanto à sensibilidade da cultura: "A parreira, só de sentir o cheiro do herbicida ali, já causa dano".

Tradição e renda: a importância da viticultura

Apesar dos desafios, Edgar Frank reforçou o potencial econômico da viticultura, uma herança cultural dos imigrantes na região. "Hoje temos propriedades que vivem quase da renda só da uva e tem como provar que é muito rentável. É uma cultura fácil de trabalhar, mas se tu botar um conhecimento técnico em cima e o produtor trabalhar de forma adequada, se torna uma cultura bem rentável", declarou.

Ele finalizou incentivando os viticultores a procurarem orientação técnica gratuita nos escritórios da Emater para garantir a saúde e a produtividade de seus parreirais.

Estação sedia encontro regional para criadores de ovinos

Na mesma entrevista, o agrônomo divulgou a realização do 4º Encontro Regional de Ovinocultores, que acontecerá em outubro na comunidade de Caixa d'Água, em Estação. O evento, que começa às 10h, contará com palestras sobre manejo, diversificação e o futuro da agricultura.

O encontro é uma promoção da Emater, Prefeitura de Estação e Sindicato Rural de Getúlio Vargas.