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Justiça do Rio absolve todos os réus no caso do incêndio no Ninho do Urubu

  • Foto do escritor: Andrei Nardi
    Andrei Nardi
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Decisão aponta falta de provas para culpar individualmente os acusados pela tragédia que matou 10 atletas da base do Flamengo em 2019

A Justiça do Rio de Janeiro absolveu todos os réus envolvidos no processo sobre o incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, que resultou na morte de 10 jovens atletas em fevereiro de 2019. A decisão, assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal, foi divulgada em 21 de outubro.

Na sentença, o magistrado fundamentou a absolvição na "ausência de demonstração de culpa penalmente relevante e na impossibilidade de estabelecer um nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição". O juiz destacou que a denúncia do Ministério Público foi formulada de maneira genérica, sem individualizar as responsabilidades, e que a perícia sobre a causa do incêndio foi inconclusiva. "A constatação não elimina a tragédia dos fatos, mas reafirma que o Direito Penal não pode converter complexidade sistêmica em culpa individual", afirmou Barros na decisão.

Ao todo, 11 pessoas respondiam pelo crime de incêndio culposo qualificado, incluindo o ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, diretores e representantes de empresas que prestavam serviços ao Flamengo.

Relembre a tragédia

Na madrugada de 8 de fevereiro de 2019, um incêndio destruiu o alojamento das categorias de base do Flamengo. Os jovens, com idades entre 14 e 16 anos, dormiam em uma estrutura composta por contêineres interligados. A investigação apontou que o fogo começou em um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado e se alastrou rapidamente devido ao revestimento de poliuretano, material altamente inflamável.

O local funcionava de forma irregular. Além de não possuir alvará para funcionar como alojamento, a Prefeitura do Rio já havia tentado interditar o CT por 14 meses, aplicando multas que foram ignoradas pelo clube. A estrutura precária tinha apenas uma porta de saída e janelas com grades, o que dificultou a fuga. Além dos 10 mortos, três atletas ficaram gravemente feridos.

Os sobreviventes

Dos três jovens que sobreviveram com ferimentos graves, Francisco Dyogo integra atualmente o elenco profissional do Flamengo. Jhonata Ventura precisou se aposentar em 2023 devido às sequelas e hoje trabalha no departamento de scout do clube.

As vítimas fatais

  • Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos

  • Athila Paixão, 14 anos

  • Bernardo Pisetta, 14 anos

  • Christian Esmério, 15 anos

  • Gedson Santos, 14 anos

  • Jorge Eduardo Santos, 15 anos

  • Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos

  • Rykelmo de Souza Viana, 16 anos

  • Samuel Thomas Rosa, 15 anos

  • Vitor Isaías, 15 anos

Após a tragédia, o Flamengo fechou acordos de indenização com as famílias de nove das dez vítimas. Apenas a família do goleiro Christian Esmério não aceitou a proposta e segue com uma ação individual na Justiça. Os contêineres foram demolidos e a categoria de base foi transferida para uma estrutura moderna e definitiva.

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