Estados do Sul se unem contra redução da malha ferroviária e buscam alternativas para concessão
- Andrei Nardi

- 21 de ago.
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Em reunião do Codesul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul discutem proposta da Rumo de diminuir operação na Malha Sul, que tem contrato até 2027
Representantes dos governos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e do Mato Grosso do Sul reuniram-se nesta segunda-feira, 18 de agosto, em Curitiba, para articular uma resposta à proposta de redução da Malha Sul ferroviária. O encontro, realizado no âmbito da Comissão Interestadual para Assuntos Ferroviários do Conselho de Desenvolvimento e Integração do Sul (Codesul), teve como pauta central as negociações com o Governo Federal para a renovação da concessão, que expira em 2027 e é atualmente operada pela empresa Rumo.
O debate principal girou em torno da proposta da concessionária de diminuir a operação no Rio Grande do Sul. O governo gaúcho foi representado pelo secretário adjunto de Logística e Transportes, Clóvis Magalhães, e pelo gerente de Planejamento e Desenvolvimento da Portos RS, Fernando Estima, que destacou a importância das ferrovias para o escoamento de grãos e fertilizantes até o Porto de Rio Grande.
Proposta de redução da malha
A concessionária Rumo propõe ao Governo Federal uma nova redução da malha ferroviária em operação no estado. O trecho original concedido era de 3.823 quilômetros. Antes da enchente de 2024, a operação já estava reduzida para 1.680 quilômetros e, após a calamidade, o trecho operacional passou para 921 quilômetros. A nova proposta da empresa prevê uma operação de apenas 860 quilômetros.
O secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, manifestou a preocupação do estado com a medida. “Por determinação do governador Eduardo Leite e do vice-governador Gabriel Souza, seguimos para encontrar alternativas e soluções para o modal ferroviário que é fundamental para o desenvolvimento logístico e econômico do Rio Grande do Sul, ainda mais neste momento de reconstrução”, destacou.
Posicionamento do governo gaúcho
Segundo o secretário adjunto, Clóvis Magalhães, a união dos estados é fundamental para garantir que as necessidades públicas sejam atendidas. “O Governo Estadual já apresentou estudos técnicos que não foram considerados pela concessionária e que demonstram a importância da preservação e da ampliação da ferrovia para a competitividade da nossa economia. O que observei é que a Rumo trabalha a concessão como um negócio privado e não como um serviço público. É preciso que se entenda que as necessidades públicas são diferentes das condicionantes de mercado”, afirmou Magalhães. Ele reforçou o compromisso dos integrantes do Codesul em levar o tema ao Governo Federal.
Próximos passos
No encontro, foi deliberada a elaboração de um Termo de Referência para contratar um estudo sobre a viabilidade de um traçado ferroviário comum entre os quatro estados, aproveitando linhas existentes e avaliando a necessidade de novos ramais. Os secretários também definirão agendas em Brasília com a Secretaria Nacional de Transportes Ferroviários, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de reuniões com o Ministério dos Transportes e o Tribunal de Contas da União (TCU), para discutir a prorrogação da concessão da Malha Sul.










