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Em média, 46 motoristas são multados por embriaguez no RS a cada dia


Após queda acentuada em 2020, o número de multas por embriaguez no trânsito voltou a subir no Rio Grande do Sul. De janeiro a novembro de 2021, o total de infrações desse tipo no Estado avançou 3,48% ante igual período do ano anterior. Aumento de abordagens e da circulação de pessoas diante do avanço no combate à pandemia de coronavírus ajudam a explicar esse movimento, segundo especialistas.


No acumulado de 11 meses, foram 15.298 multas por embriaguez no Estado – 515 a mais do que no mesmo período de 2020, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS). Significa que, em média, foram quase 46 multas por dia. Mesmo assim, o montante segue abaixo do registrado em igual período de 2019, ano pré-pandemia, que somou 21,7 mil multas.


O levantamento soma as infrações enquadradas em três artigos do Código Brasileiro de Trânsito (CTB). O primeiro prevê multa para motorista que dirigir sob influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência. O segundo atinge condutor que se recusar a ser submetido ao teste. Com a atualização do CTB, que entrou em vigor neste ano, a lei também pune quem conduz veículo que exige habilitação nas categorias C, D ou E sem realizar o exame toxicológico após 30 dias do vencimento do prazo. Entre essas três tipificações, a recusa ao teste lidera, com 72% do total.


Criadora do Vida Urgente: Fundação Thiago Gonzaga e diretora institucional do Detran, Diza Gonzaga afirma que as liberações diante do combate à pandemia ajudam a explicar o cenário. A maior circulação de pessoas e o aumento nas abordagens caminham nesse sentido, segundo a diretora:

Antes, era só com sinais visíveis de embriaguez ou em caso de acidentes. (Agora) as polícias já estão fiscalizando com mais rigor.

Em 2020, durante o avanço mais intenso da pandemia, a fiscalização sobre quem dirige sob efeitos de álcool no RS foi restringida aos casos visíveis de sinais de embriaguez ou acidentes de trânsito.


A diretora destaca que a inclusão de novo enquadramento na lei, no âmbito dos exames toxicológicos, também ajuda a elevar os indicadores em 2021, pois acaba gerando autuações para mais motoristas.


Sobre os números menores em relação a 2019, período anterior à pandemia, Diza afirma que, além do peso do valor da multa nesses tipos de caso, uma maior conscientização pode explicar a redução:

Na juventude, já é muito comum o "hoje, vou beber, então vou de transporte por aplicativo ou fulano vai dirigir". Claro que tem exceções.

O engenheiro civil e doutor em Transportes da Universidade Federal do RS (UFRGS) João Fortini Albano considera que o aumento nas multas nesse patamar mostra cenário praticamente estável em relação ao ano anterior. O especialista destaca que, como a abertura das atividades não ocorreu em parte do início do ano, o efeito da circulação sobre o avanço das infrações ainda é incerto.

Não é uma coisa tão significativa que possa representar uma preocupação. O crescimento é absolutamente discreto, como uma questão estável", avalia Albano.

Educação e fiscalização reforçada


O engenheiro ressalta que mais incentivo para ações de educação no trânsito, principalmente no Ensino Fundamental, e maior fiscalização ostensiva são fundamentais para provocar redução nos casos de embriaguez ao volante.


Olhando o recorte por gênero, homens seguem liderando entre os infratores, com 12.345 autuações. Mulheres acumulam 941. O restante foi registrado como "não identificado". A faixa etária entre 21 e 25 anos permanece com a maior concentração de multas. Já os motoristas de 18 anos ocupam a parte mais baixa da lista.


Dirigir alcoolizado ou recusar o teste pode gerar multa de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Já dirigir sem o exame toxicológico nos casos em que é necessário prevê multa de R$ 1.467,35, além da suspensão do direito de dirigir por três meses.


Autuações cresceram nas estradas estaduais e vias municipais


Separando os dados por competência da autuação, as multas em áreas estaduais e municipais aumentaram. Nas estaduais, o montante subiu de 8.910, em 2020, para 9.459 nos 11 primeiros meses deste ano. Nas vias municipais, o montante avançou de 3.037 para 3.875.


O chefe de operações do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), capitão Adonis Longaray, afirma que o aumento no número de operações simultâneas é um dos fatores que ajudam a explicar o avanço no número de autuações na esfera estadual.

"Isso ocorre diante da intensificação de operações, bem como o aumento da circulação de pessoas com o advento da vacina. A pandemia está, neste momento, dando uma trégua e está tendo aumento de fluxo de veículos nas rodovias, bem como o aumento da fiscalização", considera Longaray.

Infrações em queda nas rodovias federais

Apenas no âmbito federal houve retração no número de infrações, de 30,74%, caindo de 2.836 para 1.964 no período, segundo levantamento do Detran. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), por meio de nota, afirma que a redução no número de infrações ocorre em razão da "ostensividade da PRF nas rodovias federais".

"Notamos que este esforço, em conjunto com a aplicação dos instrumentos legais (prisões, suspensões e cassações de CNHs), faz com que os motoristas tendam a mudar o comportamento, repensem e evitem misturar direção e álcool", diz trecho do comunicado.

Tanto o CRBM quanto a PRF seguem utilizando o bafômetro em operações e abordagens. Além do uso desse equipamento, prova testemunhal ou outros exames, como os realizados pelo Instituto-Geral de Perícias nos casos de negativa ao teste, e a presença de sinais de embriaguez mais claros podem gerar sanção.


Fonte: GZH

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