Candidatura de Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai, que pretende celebrar o centenário do primeiro Mundial, enfrenta a concorrência de Portugal e Espanha
A Conmebol tem usado a Copa do Mundo de 2022 no Catar para pressionar a Fifa a levar a edição de 2030 de volta para a América do Sul, onde tudo começou 100 anos antes. A Confederação Sul-Americana quer organizar o Mundial de 2030 em Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai.
"Se o Mundial de 2030 for em outro lugar, vamos perder uma oportunidade histórica de festejar o centenário da Copa Mundo", declarou Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, neste domingo, no Catar, onde acompanha esta edição do Mundial.
A escolha da sede da Copa de 2030 se dará em 2024, o que significa pelo menos mais um ano de campanha pela frente. A decisão se dá pelo voto das 211 associações nacionais de futebol.
Hoje o maior rival da América do Sul nessa disputa é a Uefa, que lançou oficialmente uma candidatura conjunta de Portugal e Espanha, à qual depois foi acrescentada simbolicamente a Ucrânia.
Já houve candidaturas lançadas e depois retiradas da mesa, uma da China e outra do Reino Unido, que preferiu concentrar forças na tentativa de receber a Euro em 2028. Na semana passada, a Arábia Saudita negou formalmente que planeje uma candidatura em conjunto com o Egito e Grécia.
Essa concorrência com a Europa é curiosa, porque Conmebol e Uefa hoje são parceiras em diversos projetos e estão politicamente alinhadas em oposição à Fifa.
Neste ano, as duas entidades abriram um escritório conjunto em Londres, organizaram a "Finalíssima" – um duelo entre o campeão sul-americano, a Argentina, e o campeão europeu, Itália, em Wembley – e outros torneios de futebol feminino e categorias de base.
Questionado sobre essa concorrência com a Europa pelo direito de ser sede da Copa do Mundo de 2030, o presidente da Conmebol respondeu:
"É um direito legítimo que se apresentem. Mas Espanha e Portugal podem perfeitamente organizar a Copa de 2034, por exemplo. O centenário do Mundial só vai existir uma vez".
Os entusiastas da ideia lembram que a Fifa não deveria fazer como o Comitê Olímpico Internacional, que em 1996 abrigou as Olimpíadas em Atlanta e perdeu a chance de fazê-lo em Atenas para celebrar o centenário da primeira edição. A Grécia acabou recebendo os Jogos em 2004.
Procuradas, nem a Fifa e nem a Uefa responderam a respeito dos movimentos da Conmebol sobre a Copa do Mundo de 2030. O próximo Mundial, em 2026, será organizado por EUA, México e Canadá.
Fonte: ge
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