Ministério da Saúde aceita pedido de adiamento do estado de calamidade; nova data ainda não foi definida
O Rio Grande do Sul não iniciou a campanha de vacinação contra a poliomielite nesta segunda-feira (27), ao contrário do restante do país. O adiamento foi solicitado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde do RS devido ao estado de calamidade causado pelas enchentes na região. O Ministério da Saúde aceitou o pedido, mas a área técnica do Programa Nacional de Imunizações ainda não definiu uma nova data para o início da campanha no estado.
A rotina de vacinação das crianças continuará normalmente no Rio Grande do Sul. A imunização contra a poliomielite é feita com vacinas injetáveis aos 2, 4 e 6 meses, e com reforços orais (as gotinhas) aos 15 meses e 4 anos. A campanha nacional visa imunizar, no mínimo, 95% das crianças menores de cinco anos, um total de cerca de 13 milhões de crianças.
Desde 1989, o Brasil não registra casos de poliomielite, e em 1994, recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. No entanto, em 2022, o país foi novamente classificado como área de alto risco para a reintrodução do vírus. Naquele ano, 77% das crianças com menos de um ano receberam a dose da vacina, número que subiu para 83% em 2023.
Vacinação em todo o Brasil
A partir desta segunda-feira (27), todas as crianças menores de 5 anos devem comparecer aos postos de saúde para ser imunizadas contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 95% de um total de 13 milhões de crianças nessa faixa etária.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite segue até 14 de junho. A iniciativa visa reduzir o número de crianças não imunizadas e o risco de reintrodução do poliovírus no Brasil. Em nota, o ministério destacou que a vacinação é a única forma de prevenção contra a doença.
Este ano, a campanha é especialmente importante devido à transição do esquema vacinal, que substituirá as duas doses da vacina oral poliomielite (VOP) por um reforço com a vacina inativada poliomielite (VIP), no formato injetável, a partir do segundo semestre. "Todos os estados e municípios receberão as normas e diretrizes dessa alteração", afirmou o ministério.
O Brasil não registra casos de pólio desde 1989 e, em 1994, recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. No entanto, no ano passado, a Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas classificou o Brasil como território de alto risco para reintrodução do poliovírus.
Segundo o Ministério da Saúde, essa classificação foi baseada nas coberturas vacinais, indicadores de vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas (PFA) e no status de contenção laboratorial dos poliovírus.
Para ampliar a mobilização, o ministério recomenda que estados e municípios realizem, no dia 8 de junho, um sábado, o Dia D da campanha contra a pólio. "Estados e municípios têm autonomia para definir a realização em outras datas, de acordo com as especificidades locais", completou a nota.
Dados do ministério indicam que, em 2022, 77% das crianças com menos de 1 ano receberam a dose da VIP. Em 2023, o número subiu para 84,63%, conforme dados preliminares. Neste ano, o índice está em 85,42%. No ano passado, os estados com melhores índices de vacinação foram Ceará (93%), Piauí (92%) e Santa Catarina (90%).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poliomielite afeta principalmente crianças com menos de 5 anos, com uma em cada 200 infecções levando à paralisia irreversível. Entre os afetados, 5% a 10% morrem devido à paralisia dos músculos respiratórios.
Os casos da doença diminuíram mais de 99%, de 350 mil estimados em 1988 para seis reportados em 2021. A OMS alerta que, enquanto houver uma criança infectada, todas as crianças no mundo correm risco de contrair a poliomielite. Se não erradicada, a doença pode causar até 200 mil novos casos anuais dentro de uma década.
Após a alteração do status da covid-19 e da mpox (varíola dos macacos), a poliomielite é atualmente a única emergência em saúde pública de importância internacional mantida pela OMS. Em maio do ano passado, o comitê responsável decidiu, por unanimidade, manter o status de emergência sanitária para a pólio, destacando o risco de disseminação internacional do poliovírus.
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