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Brasil atinge recorde de 10,2 milhões de estudantes no ensino superior, aponta Censo 2024

  • Foto do escritor: Andrei Nardi
    Andrei Nardi
  • 24 de set.
  • 3 min de leitura

Dados do Inep mostram que matrículas em cursos a distância já são maioria no país, superando o ensino presencial; cursos tecnológicos apresentam o maior crescimento na última década

O Brasil alcançou, pela primeira vez na história, a marca de 10.227.226 estudantes matriculados no ensino superior em 2024, um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior e de 30,5% na última década. Os dados, que fazem parte do Censo da Educação Superior 2024, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revelam uma profunda transformação no perfil da educação superior do país, impulsionada pelo avanço consolidado da modalidade de ensino a distância (EaD), que já responde por mais da metade das matrículas totais.

Do total de estudantes, 5,01 milhões ingressaram em um curso de graduação no ano passado. Para o presidente do Inep, Manuel Palacios, os números refletem uma expansão significativa do acesso. “A educação a distância proporcionou a ampliação da oferta e atendeu estudantes que, de outra forma, não teriam acesso à educação superior”, afirmou, destacando o papel da modalidade para cidadãos que trabalham durante o dia.

O avanço consolidado do Ensino a Distância (EaD)

O Censo confirma a tendência de crescimento exponencial do EaD. As matrículas nesta modalidade já representam 50,7% do total, registrando um aumento de 5,6% entre 2023 e 2024. No mesmo período, o número de alunos em cursos presenciais teve uma leve queda de 0,5%. A capilaridade do EaD também impressiona: em 2024, a modalidade estava presente em 3.387 municípios brasileiros (61% do total), um aumento de 97% na sua abrangência territorial desde 2014.

Palacios acredita que a recente regulamentação que define os formatos de cursos superiores (presenciais, semipresenciais e a distância) deverá descentralizar ainda mais a educação superior. “Eu acredito que vamos conhecer polos com mais recursos e mais infraestrutura para atender os estudantes da educação superior, em um modelo intermediário entre o campus universitário clássico e a educação totalmente à distância”, projetou.

Perfil dos cursos e a transição do ensino médio

Em relação ao grau acadêmico, os cursos de bacharelado ainda predominam, com 60% das matrículas. No entanto, os cursos tecnológicos são os que mais crescem: entre 2014 e 2024, o número de alunos em tecnólogos aumentou 99,5%, e hoje eles representam 20,2% do total de matrículas. As licenciaturas, por sua vez, correspondem a 16,9% dos estudantes.

O Censo também analisou a transição dos jovens do ensino médio para o superior. Na média nacional, um terço (33%) dos concluintes de 2023 se matricularam em uma graduação em 2024. A taxa de transição é maior entre os egressos da rede federal (64%) e da rede privada (60%), enquanto na rede estadual, que concentra a maior parte dos estudantes, o índice foi de 27%.

Panorama das instituições e os cursos mais procurados

O Brasil possui 2.561 instituições de educação superior, sendo a grande maioria (2.244) privada. Segundo a Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMes), o setor particular responde por 79,8% de todas as matrículas do país, com mais de 8 milhões de estudantes. Das 317 instituições públicas, 43,8% são estaduais, 38,5% são federais e 17,7% são municipais. A maioria das universidades brasileiras (56,3%) é pública.

Os cursos com maior número de matrículas em 2024 foram Pedagogia (4,48 milhões), Administração (4,40 milhões) e Direito (3,49 milhões). Completam a lista dos mais procurados os cursos de Contabilidade (2,07 milhões), Enfermagem (1,92 milhão), Sistemas de Informação (1,76 milhão), Gestão de Pessoas (1,73 milhão), Psicologia (1,32 milhão) e Educação Física (1,26 milhão).

Em 2024, mais de 1,3 milhão de estudantes concluíram a graduação, sendo a esmagadora maioria (80,8%) na rede privada. Os cursos com mais concluintes seguiram a tendência das matrículas, com Pedagogia (1,83 milhão), Direito (1,61 milhão) e Administração (1,58 milhão) liderando o ranking. O levantamento também aponta que os venezuelanos representam o maior número de alunos estrangeiros na educação superior no Brasil, e que 21,6% dos matriculados de outros países vieram do continente africano, com destaque para os angolanos.

Perfil dos docentes

O Censo revelou, ainda, uma mudança significativa no perfil do corpo docente. Na última década, o número de professores na rede pública cresceu 14,42%, passando de 159.922 para 182.980. Em contrapartida, a rede privada registrou uma queda de 19,54%, caindo de 187.622 para 150.963 docentes no mesmo período.

A maior parte dos doutores atua na rede pública, que também concentra os professores com regime de trabalho em tempo integral. Já na rede privada, predominam os docentes com mestrado e em regime de trabalho parcial. A média de idade dos professores em ambas as redes é de 43 anos, sendo a maioria do sexo masculino nas instituições públicas e do sexo feminino nas privadas.

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