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Banco Central corta Selic para 10,75% após comportamento estável dos preços

Sexta redução consecutiva visa estimular economia; taxa atinge menor nível em dois anos

 

O Banco Central (BC) anunciou mais um corte na taxa básica de juros, a Selic, que agora se situa em 10,75% ao ano. Esta é a sexta redução consecutiva realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu por unanimidade diminuir a taxa em 0,5 ponto percentual. A medida já era antecipada por analistas financeiros e coloca a Selic no patamar mais baixo desde março de 2022.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom havia elevado a Selic por 12 vezes seguidas, em um ciclo de aperto monetário iniciado devido ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Após esse período, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete reuniões consecutivas, de agosto de 2022 a agosto de 2023.

Antes desse ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo desde o início da série histórica em 1986. Essa medida foi tomada pelo BC para estimular a produção e o consumo diante da contração econômica causada pela pandemia de covid-19, mantendo a taxa nesse patamar de agosto de 2020 a março de 2021.

A Selic é utilizada pelo Banco Central como principal ferramenta para controlar a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em fevereiro, o IPCA registrou 0,83%, acumulando 4,5% nos últimos 12 meses. Após uma série de quedas, a inflação apresentou um leve aumento, impulsionada pelos custos de alimentos e serviços educacionais.

O índice de inflação anual está no limite superior da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2024, que é de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O Relatório de Inflação do Banco Central, divulgado em dezembro, manteve a previsão de que o IPCA encerraria 2024 em 3,5%, mas essa estimativa pode ser ajustada no próximo relatório, previsto para o final de março.

As expectativas do mercado financeiro são mais otimistas que as projeções oficiais. Segundo o boletim Focus, a inflação deve fechar o ano em 3,79%, abaixo do teto da meta. Um mês atrás, a previsão era de 3,82%.

A redução da Selic tende a baratear o crédito e incentivar a produção e o consumo, embora possa dificultar o controle da inflação. No último Relatório de Inflação, o BC ajustou para baixo a projeção de crescimento da economia em 2024 para 1,7%. Por outro lado, o mercado prevê um crescimento um pouco maior, de 1,8% do PIB em 2023.

A taxa Selic é referência para as demais taxas de juros da economia e é utilizada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Ajustes na Selic para cima ajudam a conter a demanda excessiva e a inflação, enquanto reduções incentivam o crédito e o consumo, mas podem afrouxar o controle sobre a inflação. Para efetuar cortes na Selic, o Banco Central precisa ter confiança de que a inflação está sob controle e não há risco de aumento.

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