Abaixo-assinado com 25 mil adesões pede suspensão de homenagem a João Pedro Stédile na Assembleia Legislativa

Andrei Nardi
9 de dez. de 2024
2 min de leitura

Proposta de entrega da medalha do Mérito Farroupilha ao líder do MST gera controvérsia e mobiliza parlamentares e a sociedade civil

Na manhã desta segunda-feira (9), o deputado estadual Capitão Martim (Republicanos) protocolou um abaixo-assinado com 25 mil assinaturas pedindo a suspensão da homenagem a João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

A homenagem, que prevê a entrega da medalha do Mérito Farroupilha, foi proposta pelo deputado Adão Pretto Filho (PT) e aprovada pela mesa diretora do Parlamento.

Argumentos dos envolvidos

O deputado Adão Pretto defendeu a honraria destacando as contribuições de Stédile para o setor agrícola no estado e no país:

"Sob a liderança que ele exerce no MST, o movimento transformou o Rio Grande do Sul em referência na agricultura sustentável, sendo o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, com safras anuais de 16 mil toneladas", afirmou. Ele também mencionou o impacto econômico do MST na produção de leite, que beneficia milhares de famílias.

Por outro lado, Capitão Martim apresentou o abaixo-assinado como um reflexo da "indignação popular" e classificou a homenagem como "desrespeitosa" em um momento em que o estado enfrenta tensões relacionadas a ações do MST, especialmente em regiões como Hulha Negra e Pedras Altas.

Propostas de mudanças

Além de pedir a suspensão da homenagem, Capitão Martim sugeriu alterações nos critérios de concessão da medalha do Mérito Farroupilha. Seu projeto de resolução propõe que futuras homenagens sejam submetidas ao plenário da Assembleia Legislativa, em vez de serem aprovadas apenas pela mesa diretora.

O parlamentar também iniciou a coleta de assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar as ações do MST no estado.