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[ÁUDIO] Getúlio Vargas enfrenta poluição das queimadas: especialista explica os riscos à saúde (Escuta Aqui | 11/09/2024)

O pneumologista da Unimed Erechim, Leandro Gritti, explica os perigos da inalação de fumaça das queimadas, que aumentam a poluição e afetam a saúde da população, especialmente de grupos vulneráveis

 

Nos últimos anos, o Brasil tem registrado um aumento significativo no número de queimadas, afetando drasticamente diversas regiões do país, incluindo o Rio Grande do Sul. A fumaça gerada por esses incêndios compromete a qualidade do ar e gera riscos sérios à saúde, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias crônicas. Em entrevista à Rádio Sideral de Getúlio Vargas, o pneumologista Leandro Gritti destacou os principais impactos da poluição por fumaça e sugeriu medidas de proteção para minimizar os efeitos negativos na saúde respiratória.

A gravidade dos impactos das queimadas na saúde respiratória

De acordo com Gritti, a inalação de fumaça proveniente de queimadas representa uma preocupação crescente, já que o pulmão, apesar de ser um órgão interno, está constantemente em contato com o meio ambiente por meio da respiração. “O sistema respiratório é o que mais sofre com a poluição do ar, especialmente quando há uma alta concentração de fumaça e partículas finas, como as provenientes das queimadas”, explicou o especialista. A queima de biomassa, como é chamada a combustão de matéria orgânica, gera uma série de materiais na atmosfera, incluindo gases tóxicos, como monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre e ozônio, além de partículas sólidas, como a fuligem.

Essas substâncias são extremamente prejudiciais, especialmente quando inaladas em grandes quantidades. Os sintomas iniciais incluem irritação ocular, coceira nos olhos, lacrimejamento, ardência na garganta, tosse, congestão nasal, mal-estar, náuseas e dores de cabeça. No entanto, em casos mais graves, podem ocorrer sintomas respiratórios mais sérios, como falta de ar, opressão no peito e exacerbação de doenças crônicas, como asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

Populações vulneráveis são as mais afetadas

O pneumologista ressaltou que os efeitos da inalação de fumaça variam conforme a intensidade, duração e tipo de exposição. Pessoas que residem ou trabalham próximas aos focos de queimadas, como bombeiros e socorristas, correm o risco de intoxicação aguda, podendo, inclusive, sofrer de envenenamento por monóxido de carbono, o que pode levar à morte. “Aqueles que estão em áreas distantes também não estão livres de riscos”, destacou o médico, explicando que as partículas de fumaça se deslocam por centenas ou milhares de quilômetros, afetando regiões distantes dos focos originais de incêndio, como o Sul do Brasil.

Grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos, bem como pessoas com doenças respiratórias preexistentes, estão mais sujeitos aos efeitos adversos da poluição. “Essas populações têm um risco aumentado de desenvolver sintomas graves, podendo necessitar de atendimento médico e até hospitalização”, afirmou o pneumologista.

Medidas de proteção e prevenção contra os efeitos da fumaça

Embora seja difícil controlar a presença de partículas de fumaça na atmosfera, algumas medidas podem ajudar a minimizar os riscos à saúde. Gritti recomendou o uso de máscaras do tipo N95, que oferecem uma capacidade de filtragem elevada e podem reter partículas muito pequenas. “Essas máscaras, que foram amplamente utilizadas durante a pandemia da Covid-19, são eficazes para filtrar parte do material particulado presente na fumaça e podem ser uma ferramenta importante para pessoas expostas a ambientes com alta poluição do ar”, explicou.

Além do uso de máscaras, o pneumologista também sugeriu evitar atividades ao ar livre durante períodos de alta concentração de fumaça, especialmente exercícios físicos que aumentam a frequência respiratória e, consequentemente, a inalação de partículas tóxicas. “Manter portas e janelas fechadas para impedir a entrada de ar poluído em ambientes internos também é uma medida eficaz”, completou.

Situação não é crítica, mas requer atenção

Apesar dos riscos, Leandro Gritti enfatizou que, neste momento, a situação no Rio Grande do Sul não é considerada crítica. “O grau de comprometimento da nossa atmosfera ainda não chegou a níveis extremos, mas é importante que as pessoas estejam atentas aos sinais de alerta, como irritações nos olhos, tosse persistente e falta de ar, buscando atendimento médico caso os sintomas se agravem”, orientou o especialista.

Ele também reforçou a necessidade de medidas de controle das queimadas, que são a principal fonte de poluição e risco à saúde. “Enquanto os focos de incêndio não forem controlados, haverá um aumento da poluição e, consequentemente, dos riscos para a saúde”, concluiu.

  • Ouça a entrevista completa:


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