Psicóloga Jordana Calcing explica como práticas espirituais podem ativar regiões do cérebro ligadas ao bem-estar, contribuindo para a saúde mental e física
Durante entrevista no programa Escuta Aqui, na Rádio Sideral, nesta segunda-feira (19), a psicóloga Jordana Calcing discutiu a importância da espiritualidade para a saúde mental e física, destacando como essa prática pode ser benéfica mesmo para aqueles que não seguem uma religião específica. Calcing começou diferenciando espiritualidade de religiosidade, explicando que, enquanto a religiosidade está associada à adesão a uma fé ou crença religiosa, a espiritualidade está relacionada à conexão com algo maior do que nós, que pode ou não envolver uma religião.
Segundo a psicóloga, muitas pessoas confundem espiritualidade com religiosidade, mas é possível ser espiritualizado sem necessariamente estar vinculado a uma religião. "A espiritualidade é uma relação com algo maior, com nosso propósito de vida e nossa essência, e não requer adesão a preceitos religiosos específicos", explicou Calcing.
Ela destacou que pessoas com uma espiritualidade desenvolvida tendem a apresentar níveis de estresse mais baixos e, consequentemente, uma melhor resposta a tratamentos médicos, especialmente em casos de doenças graves como o câncer. Isso acontece porque a espiritualidade pode ativar regiões do cérebro ligadas ao bem-estar e à redução do estresse, o que favorece o sistema imunológico.
A psicóloga também mencionou que, embora a espiritualidade esteja presente nas religiões, a religiosidade não é uma condição para ser espiritualizado. "Muitas vezes, pessoas sem religião têm uma espiritualidade muito bem desenvolvida, o que as ajuda a lidar melhor com os desafios da vida", afirmou.
Calcing citou ainda estudos que mostram como práticas espirituais, como meditação e oração, podem desativar áreas do cérebro relacionadas ao estresse e ativar regiões ligadas ao prazer e à emoção. Esses efeitos são benéficos não apenas para a saúde mental, mas também para a saúde física, auxiliando na recuperação de doenças e na redução do risco de adoecimento.
A psicóloga também destacou o papel social da espiritualidade, que pode ajudar na formação de grupos de apoio, especialmente para pessoas que enfrentam doenças graves. Ela mencionou o exemplo do Hospital Albert Einstein, que recentemente criou um grupo de pesquisa focado no impacto da espiritualidade na evolução clínica dos pacientes.
Ao final da entrevista, Calcing enfatizou a importância de encontrar práticas espirituais que façam sentido para cada indivíduo, respeitando as mudanças que ocorrem ao longo da vida. "O mais importante é que a espiritualidade traga bem-estar e ajude na conexão com o mundo interior", concluiu.
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