16 de jun de 2020

Aplicativo 'FaceApp' voltou à moda e discussão sobre segurança de dados também

Se você é usuário das redes sociais, certamente já viu alguma montagem feita pelo FaceApp, o aplicativo que voltou a ser febre nas últimas semanas. Usuários estão usando o programa para brincar com as imagens e fazer uma projeção de como seriam se fossem do sexo oposto. Entretanto, por trás da diversão, o fato traz à tona a preocupação com o uso de dados pelos aplicativos dessa natureza. Como saber se nossas informações estão protegidas?

A orientação dos especialistas no assunto é simples: é preciso estar atento à política de privacidade dos aplicativos. No próprio FaceApp fica claro que o programa pode acessar fotos, dados de redes sociais e geolocalização, por exemplo. “Além disso, a política explica que uma parte do serviço que é disponibilizada para o usuário, para fazer a transformação da foto, está armazenada em provedores de nuvem. Então, ele deixa claro que a imagem é encaminhada para a nuvem e permanece lá por até 48 horas, sendo excluída posteriormente”, explica Luciano Ignaczak, coordenador do curso de Segurança da Informação da Unisinos.

Segundo o docente, isso acontece porque os dispositivos móveis, como os smartphones, não têm capacidade suficiente para executar determinados serviços. “É o caso do processamento de imagem feito pelo FaceApp. Esse serviço precisa ser feito na nuvem, por exigir mais poder computacional para ser feita a transformação daquela foto, fazendo uma alteração de idade ou de gênero. Muitas vezes o celular não tem capacidade de processamento, então é natural que um aplicativo acabe enviando informações para a nuvem”, esclarece.

Usuários precisam começar a ler as regras dos aplicativos

Luciano também ressalta que, na política de privacidade do FaceApp, há um tópico que explica que durante o período em que os dados estão armazenados nos servidores da empresa, ela pode ser alvo de algum incidente de segurança - como ataque de hackers. “Entretanto, qualquer empresa está suscetível a este tipo de problema e os usuários precisam ter noção deste risco, que a partir do momento que compartilho minhas informações com uma empresa, ela pode ser alvo de ataques cibernéticos”, explica.